Introdução do sistema nervoso

Introdução:

Quando estudamos o sistema nervoso, independentemente do conhecimento das estruturas que o compõem, das suas classificações quanto as divisões ou das funções específicas de suas estruturas, é de primordial importância o conhecimento ou reconhecimento da função básica do sistema como um todo.

Neste sentido, podemos afirmar que o sistema nervoso tem a grande e importante função de comando. O comando do sistema nervoso não é referente a uma função específica, mas sim sobre todos os demais sistemas. Logo, desta forma, o sistema nervoso não é um simples comandante que entrega informações para os demais sistemas, mas sim, ele é o responsável por receber informações de todos os sistemas (aferências ou sensibilidades) e organizar as respostas mais adequadas para cada uma das situações.

Neste sentido, entendemos que a função de “comandar” não é similar a de “mandar”, pois comandar requer um conhecimento adequado de todas as estruturas que receberão as informações motoras / eferentes.

Relação SNC X Sistema endócrino

O sistema nervoso central é o grande responsável por comandar e, principalmente, sincronizar o funcionamento de todos os sistemas. Porém, as informações que transitam pelo sistema nervoso são informações elétricas (impulsos elétricos gerados nos neurônios e conduzidos pelos axônios), enquanto as informações geradas pelo sistema endócrino são informações químicas. Desta forma, essas qualidades de informação tem vantagens e desvantagens e por esse motivo, o sistema nervoso depende do sistema endócrino para delegar algumas funções de comando através do eixo hipotálamo hipófise.

  • Comando elétrico: exercido pelo sistema nervoso através dos potenciais de ação gerados nos neurônios, o comando elétrico tem como grande vantagem a velocidade de execução. Porém, a cada carga elétrica gerada (despolarização), a célula depende de um período de recuperação (repolarização), o que torna esta informação intermitente e não duradoura. Desta forma, todo estímulo que depende de uma resposta sustentada por um período de tempo maior, requer uma resposta hormonal. Assim, o sistema nervoso, através do hipotálamo, estimula o sistema endócrino através da glândula hipófise, para que a mesma, através de cascatas hormonais, desempenhe comando químico para sustentar uma determinada resposta. Ex: Aumento da velocidade do metabolismo
  • Comando químico: O comando químico é exercido pelo sistema endócrino através de cascatas hormonais, uma vez que induzido pelo sistema nervoso. A sua grande vantagem é que uma vez estimulado, tem uma resposta mais duradoura (o hormônio permanece na corrente sanguínea por um determinado tempo), porém, para que seja estimulado, o estímulo deve ser repetido e sustentado. Ex: só se consegue obter resultados da prática regular de atividade física quem a pratica por pelo menos 3 a 4 vezes por semana, pois desta forma o sistema endócrino é ativado. As práticas esporádicas recebem ajustes do sistema nervoso, o que gera resposta rápidas porém mais perigosas devido a intensidade e compensações.

Porque o sistema nervoso é o principal sistema de comando?

Essa pergunta pode ser respondida por uma simples palavra: AFERÊNCIA.

Aferência corresponde a toda capacidade sensitiva, ou seja, a todas as capacidades de percepção do nosso corpo, o que chamamos popularmente de sensibilidades.

Como o sistema nervoso é o único capaz de receber informações dos demais sistemas, ele se torna o único capaz de elaborar as melhores e mais adequadas respostas para cada uma das situações, mesmo que precise, para isso, delegar alguma função de comando para o sistema endócrino. Desta forma, quanto maiores as nossas sensibilidades, melhores serão as nossas capacidades de responder a estímulos.

Sensitivo:

Como já vimos acima, as sensibilidades corresponde as nossas aferências, ou seja, as informações que viajam da periferia para o sistema nervoso central para “informar” o que se passa em cada região. Como dependemos das sensibilidades para organizarmos nossas respostas, as mesmas podem ser divididas em sensibilidades especiais e sensibilidades somestésicas.

  • Sensibilidades especiais: são aquelas sensibilidades associativas, normalmente associadas aos órgãos dos sentidos e quase sempre localizadas no crânio.
  • Sensibilidades somestésicas: as sensibilidades somestésicas são menos específicas e correspondem as sensibilidades captadas no corpo e conduzidas ao córtex cerebral principalmente através das vias espinotalâmicas. (https://youtu.be/Wfqb3r8rZgQ)

Eferência ou motricidade

As eferências ou motricidades são todas as respostas elétricas geradas e conduzidas (potencial de ação) pelo sistema nervoso central em direção a um órgão efetor (músculo). Todas as respostas motoras do sistema nervoso são direcionadas a músculos, porém, como os músculos podem ter inervações diferentes (somáticas ou autônomas), a diferença vai ser a interferência ou não da vontade consciente para a resposta a um determinado estímulo.

  • Somático: corresponde as informações motoras conscientes. Essas informações são conduzidas para a musculatura estriada esquelética, que é quem possui inervação somática. Desta forma, todos os movimentos do corpo no espaço, assim como a locomoção, são considerados movimentos voluntários ou conscientes (salvos os reflexos, que podem ser estudados em https://youtu.be/RX4lVw3l5WQ
  • Autônomo: corresponde a informações eferentes do sistema nervoso que independem da nossa vontade consciente para acontecer e estão relacionadas a musculatura lisa ou cardíaca, como controle da velocidade dos movimentos peristálticos, frequência cardíaca, frequência respiratória, dentre outros.