Os músculos posteriores de coxa são também conhecidos como “músculos ísquios tibiais”. Esse grupo de músculos é estudado em conjunto pois a pesar de morfologicamente separados por ventres independentes, a grande maioria deles possui a mesma função: Sinergista na extensão de coxa e agonista na flexão de joelho.
O nome ísquio tibial é dado pois os músculos possuem origem na tuberosidade isquiática e inserção na face posterior do côndilo tibial. Esses músculos classificados morfologicamente e funcionalmente como ísquios tibiais são o semi tendinoso e o semi membranoso. Porém, alguns autores colocam também a porção longa do bíceps femoral como músculo do grupo dos ísquios tibiais, mas sua inserção distal é na cabeça da fíbula e não na tíbia. Tal fato se deve a função da porção longa do bíceps femoral ser a mesma dos demais ísquios, o semi tendinoso e o semi membranoso.
Desta forma, funcionalmente podemos considerar como ísquios tibiais tanto o semi tendinoso quanto o semi membranoso e a porção longa do bíceps femoral, porém, morfologicamente, somente semi tendinoso e semi membranoso podem ser considerados deste grupo. Essa divergência pode ser notada em algumas literaturas, dependendo do enfoque dado pelo autor (morfológico ou funcional)
Relevância Clínica do bíceps femoral porção longa
Como a porção longa do bíceps femoral se insere distalmente na cabeça da fíbula, o encurtamento dos posteriores de coxa e consequentemente do bíceps femoral leva a uma tração posterior da cabeça da fíbula e consequentemente, anteriorização do maléolo lateral do tornozelo, o que pode facilitar os processos de entorse de tornozelo por inversão e/ou suas recidivas. A posteriorização da cabeça da fíbula também leva a um processo de falha posicional posterior de joelho, levando a dor do compartimento póstero lateral no joelho assim como alteração/disfunção durante mobilidade do mesmo.
Bíceps femoral porção curta: Destacamos a porção curta do bíceps femoral dos demais músculos posteriores de coxa pois diferente dos demais, esse ventre é mono articular, possuindo origem na linha áspera do fêmur e inserção na cabeça da fíbula juntamente com a porção longa. Desta forma, a porção curta do bíceps femoral está relacionada exclusivamente com a flexão do joelho, além de ser também estabilizadora da articulação e rotadora lateral da tíbia no final da extensão de joelho.
Bíceps Femoral
• Origem porção longa : tuberosidade isquiática
• Origem porção curta: Linha áspera do fêmur
• Inserção: Cabeça da Fíbula
• Ações:
Porção Longa: extensão da coxa e flexão de joelho
Porção Curta: flexão joelho
•Origem porção longa : tuberosidade isquiática •Origem porção curta: Linha áspera do fêmur •Inserção: Cabeça da Fíbula •Ações:
PL: extensão da coxa e flexão de joelho
PC: flexão joelho
Semi membranoso
• Origem: Tuberosidade isquiática
• Inserção: côndilo medial da tíbia/póstero medialmente
• Ação: extensão quadril e flexão joelho
Semi tendinoso
• Origem: Tracto ílio tibial
• Inserção: face medial do corpo da tíbia/ proximalmente
• Ação: extensão quadril e flexão de joelho