TECIDO NERVOSO

VOCÊ CONHECE O TECIDO NERVOSO?

Para formar o sistema nervoso há um tecido nervoso distribuído e interligado. Para esclarecer, os órgãos formados por esses tecidos são divididos em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico. 

Acima de tudo, o sistema nervoso central (SNC) conta com o encéfalo e a medula espinal, mas, por outro lado, o  sistema nervoso periférico é formado por tecido nervoso que está fora da região denominada de SNC, ou seja, não recebe proteção do sistema esquelético, sendo constituído por neurônios aglomerados, conhecidos como gânglios nervosos, e feixes de prolongamentos que são conhecidos como nervos, além das raízes nervosas (sensitivas e motoras) e das terminações nervosas (sensitivas e motoras).

Esse tecido tem como função receber estímulos internos e externos e transmitir para o organismo. As informações podem ser através dos sentidos como visão, olfato, paladar e tato; Da mesma forma como também pode ser através de concentrações de substâncias, temperaturas, desequilíbrio homeostático, entre outros. 

Posteriormente a receber esses estímulos o tecido elabora uma resposta que pode ser transformada em uma ação, a contração muscular é um exemplo de ação por resposta do sistema nervoso. 

Além de movimentos, sensações como dor e prazer também são respostas geradas por esse tecido. Nesta mesma linha, as informações cognitivas fazem parte do conjunto de respostas geradas por esse sistema e, entre elas, está a memória que funciona como um armazenamento de informações capaz de proporcionar o uso das informações ao longo de um determinado tempo. 

QUAIS SÃO OS COMPONENTES DO TECIDO NERVOSO?

Esse tecido é caracterizado por possuir muitas células e pouca matriz extracelular. Em suma, as principais células do sistema nervoso são os neurônios, considerados unidades funcionais do sistema nervoso. Essas células são capazes de transmitir informações através de uma diferença de potencial elétrico na membrana celular. 

Em contrapartida, para sustentação, há as células da glia que, além dessa função, podem atuar auxiliando a atividade neural ou defendendo as células. No sistema nervoso central essas células são: astrócitos, oligodendrócitos, micróglia e células ependimárias. 

Por outro lado, no sistema nervoso periférico essas células são: células-satélites e as células de Schwann. 

Como esse tecido possui pouca matriz extracelular, não há fibras no encéfalo, mas é possível encontrar glicosaminoglicanos, sendo eles responsáveis pelo tecido que permite a passagem de capilares até as células.

Nesse texto daremos ênfase para os neurônios

TECIDO NERVOSO: Neurônios

Essas células possuem um formato característico para o funcionamento adequado do sistema. Os neurônios possuem o corpo celular, onde é encontrado o núcleo e as organelas das células. 

Posteriormente, é a partir do corpo celular que surgem os prolongamentos conhecidos como dendritos e axônios. Conforme a localização da célula ela pode adquirir formatos diferenciados, como: piramidal, estrelada, fusiforme, piriforme e esférica.

Os núcleos dessas células são grandes e podem ser ovóides ou esféricos. A cromatina nessas células são bem frouxas, o que caracteriza a cor clara ao observar no microscópio. 

Os nucléolos podem aparecer uma, duas ou três vezes em cada célula. Uma observação muito importante é que em pessoas do sexo feminino é possível encontrar um corpúsculo que consiste na cromatina sexual X heterocromático, conhecido como corpúsculo de Barr. 

Característica do retículo endoplasmático dos neurônios (Tecido nervoso)

O retículo endoplasmático rugoso é muito desenvolvido e possui bastante ribossomos livres, ou seja, o que condiz com a basófila do citoplasma. A abundância de núcleos eucromáticos, nucléolos e RER condiz com a intensidade a qual essas células precisam produzir proteínas. 

Característica do aparelho de Golgi dos neurônios (tecido nervoso)

Por outro lado, o aparelho de Golgi nos neurônios é volumoso e fica localizado perto do núcleo, na maioria dos casos. Na mesma linha, o retículo endoplasmático liso também é encontrado de forma abundante e fica embaixo da membrana plasmática, ele é responsável pela formação das cisternas hipolemais que são responsáveis pela liberação de Ca2+ e armazenamento de algumas proteínas. 

Mitocôndrias e suas características no tecido nervoso

As mitocôndrias são encontradas por todo neurônio e em grandes quantidades, devido à intensa atividade elétrica e energética dessas células, uma vez que os neurônios são células muito dependentes de oxigênio e com metabolismo predominantemente aeróbio. 

Além dessas organelas e ribossomos, é possível encontrar muitos lisossomos devido à renovação da membrana plasmática e de outros componentes. Também é possível encontrar gotículas de lipídios que funcionam como reserva energéticas ou como uma falha no metabolismo dos lipídios. 

Correlação clínica: (Alterações de tecido nervoso)

A doença de Parkinson consiste na destruição da melanina que está presente em alguns neurônios do SNP e do SNC. Essa destruição afeta os movimentos e causa os tremores, os movimentos lentos (bradicinesia) e a rigidez muscular (hipertonia plástica).

Durante a avaliação do paciente com doença de parkinson ou qualquer parkinsonismo, podemos notar a presença de um sinal patognomônico na avaliação de tônus muscular, denominado “sinal da roda denteada”.

Funções dos dendritos no tecido neural

A parte do neurônio responsável por captar estímulos de células epiteliais ou de outros neurônios são os dendritos. Eles são capazes de se ramificar e se afinar até as extremidades e conseguem, além disso, exibir pequenas expansões bulbosas, conhecidas como espículas dendríticas. 

Essas espículas têm função de realizar o contato entre os neurônios. Com a idade há perda dessas espículas, o que caracteriza a lentidão dos movimentos e respostas aos estímulos. 

Axônios e suas características no tecido neural

Os neurônios contam ainda com o axônio, um prolongamento eferente. O axônio é responsável por conduzir impulsos elétricos para outros neurônios, ou células musculares ou células glandulares. 

Além disso, o axônio pode se ramificar em ramos colaterais e sua porção final recebe o nome de telodendro. Essa ramificação promove contato com as células seguintes, o que caracteriza o botão simpático. 

É possível diferenciar os axônios dos dendritos devido à presença de retículos endoplasmáticos rugosos apenas nos dendritos. 

Características do sistema nervoso central (SNC)

No sistema nervoso central há uma divisão entre os corpos celulares dos neurônios e seus prolongamentos, o que proporciona a divisão entre substância cinzenta e substância branca. 

Na substância cinzenta é possível observar os corpos celulares, uma parte dos prolongamentos e as células da glia. Já a substância branca possui somente os prolongamentos dos neurônios e as células da glia. 

A diferença na coloração se dá por conta da mielina, um material lipídico esbranquiçado que está presente no axônio, dessa forma essa substância confere a cor branca da substância branca encontrada no SNC. 

Os neurônios podem ser classificados de acordo com o número de prolongamentos que ele possui, por exemplo: 

-> Bipolar: quando o neurônio possui dois prolongamentos, um dendrito e um axônio. Geralmente, podem ser encontrados na mucosa olfatória, nos gânglios coclear e vestibulares e na retina;

-> Pseudounipolar: quando o neurônio surge na vida embrionária e possuem característica bipolar mas com o tempo há fusão dos dois prolongamentos próximos ao corpo celular;

-> Multipolar: mais de dois prolongamentos celulares. São o tipo mais comum de neurônio. É encontrado no cerebelo, cérebro e na medula espinal;

Podem ainda receber classificações quanto à função que exercem no tecido neural, podendo ser, por exemplo:

-> Sensoriais: são conhecidos como aferentes. Esses tipo de neurônio recebe estímulos sensoriais e são capazes de conduzi-los ao SNC para serem assimilados;

-> Interneurônios: são responsáveis por realizar a conexão entre os neurônios e são encontrados no SNC. Eles podem ser bipolares ou multipolares;

-> Motores: conhecidos como eferentes. São responsáveis por conduzir o impulso nervoso para outros neurônios, glândulas ou músculos. São do tipo multipolar e estão localizados no sistema nervoso central. 

IMPORTANTE: 

A esclerose lateral amiotrófica (ELA) é considerada uma doença neuromuscular progressiva. Essa doença é causada pela morte dos neurônios motores do córtex cerebral, do tronco  encefálico  e da medula  espinhal.  A perda  do controle nervoso dos músculos esqueléticos leva à sua degeneração e atrofia.