E aí, vamos estudar um pouco do transporte de gases no sangue e a através dos líquidos corporais, quais são suas características e diferenciações?
Anote aí
TRANSPORTE DE GASES: RELAÇÕES ENTRE GASES E FLUÍDOS
O oxigênio é um dos principais gases envolvidos nos metabolismos do corpo humano. Assim, quando o sangue recebe oxigênio dos alvéolos pulmonares através da membrana alvéolo capilar, ele passa a ser transportado nos capilares. Ou seja, assim é possível que haja a ligação entre oxigênio e a hemoglobina presente nas hemácias.
Por sua vez, a hemoglobina é uma proteína formada por quatro arranjos e uma molécula de ferro. Desta forma, sua função é transportar o oxigênio para os tecidos, proporcionando uma capacidade de transporte maior do que apenas o oxigênio dissolvido poderia oferecer.
A molécula de O2, em contato com os tecidos, realiza diversas reações, incluindo a ligação com nutrientes, o que proporciona a formação de dióxido de carbono, o CO2.
Em contrapartida, esse gás se conecta com diversas moléculas no sangue para ser transportado até os pulmões, onde será realizado a sua eliminação através da respiração.
VOCÊ SABE COMO É FEITO O TRANSPORTE DE OXIGÊNIO PARA OS TECIDOS?
O transporte desse gás acontece devido à diferença de pressão entre os pontos de transferências, o que permite que seja realizado um processo conhecido como difusão.
Dessa forma, é possível que a troca seja realizada nos alvéolos porque a pressão parcial de O2 nos alvéolos é maior do que a pressão parcial de O2 dos capilares pulmonares.
Porém, nos tecidos ocorre o inverso, ou seja, a PO2 dos capilares é maior do que a PO2 tecidual, fazendo com que o oxigênio seja difundido para as células.
Assim, depois de ser metabolizado, o O2 produz o seu produto final, o CO2, que nada mais é do que um subproduto do metabolismo celular.
Nesse caso, a pressão parcial de CO2 aumenta gradativamente no interior das células, fazendo com que seja maior do que a PCO2 dos capilares. Portanto, é uma questão de tempo para que ocorra a difusão desse gás para os capilares sanguíneos.
VAMOS ENTENDER COMO FUNCIONA O TRANSPORTE DE OXIGÊNIO EM SANGUE ARTERIAL
Ao sair dos pulmões, o sangue oxigenado entra no átrio esquerdo através de quatro veias pulmonares com uma pressão parcial de aproximadamente 104 mmHg. Em contrapartida, cerca de 2% a 5% desse sangue não recebe a troca gasosa nos alvéolos, o que chamamos de shunt fisiológico.
Mas você sabe porque isso acontece?
Então, para que haja uma troca gasosa alvéolo capilar eficiente, existem alguns fatores que consideramos determinantes de troca, que são, por exemplo:
-> Contato físico alvéolo capilar;
-> Permeabilidade adequada de membrana alvéolo capilar;
-> Diferença de pressão de gases (O2 e CO2 entre alvéolos e capilares).
Dessa forma, é possível que haja uma “mistura venosa”, fazendo com que a PO2 do sangue seja reduzida e bombeada para fora do coração com um valor médio de 95 mmHg.
TROCA GASOSA: Chegada do O2 aos tecidos
Ao chegar aos tecidos, o sangue apresenta a pressão aproximada de 95 mmHg, enquanto, em contrapartida, o líquido tecidual ou intersticial possui uma média de PO2 de 40 mmHg.
Assim, essa diferença de pressão faz com que o oxigênio saia da corrente sanguínea e passe para os tecidos de forma rápida. Posteriormente, ao sair dos capilares, a pressão no vaso reduz para aproximadamente 40 mmHg e chega nas veias sistêmicas com esse valor médio, o que proporciona a continuação do ciclo.
TRANSPORTE DE GASES: Situações que alteram a PO2
Situações que afetam a pressão parcial de oxigênio são importantes para serem avaliadas, uma vez que a manutenção da homeostase do organismo depende desta.
Assim, um dos casos é o aumento do fluxo sanguíneo, que faz com que a PO2 seja elevada, devido à maior quantidade de oxigênio que está sendo transportada. O mesmo acontece se o fluxo sanguíneo diminuir, ou seja, por ser um fator diretamente proporcional a pressão parcial de oxigênio também irá reduzir.
Além disso, o aumento do metabolismo também afeta a PO2, porém, de forma inversamente proporcional. O aumento metabólico gera queda da pressão pois as células passam a fazer maior uso do oxigênio disponível.
A PO2, de forma geral, é determinada pela junção da intensidade do transporte, mais o grau de utilização que o gás está sendo submetido e, por fim, a utilização do oxigênio pelos tecidos.
VAMOS ENTENDER ENTÃO COMO A HEMOGLOBINA É IMPORTANTE PARA O TRANSPORTE DO OXIGÊNIO
A molécula de O2 é associada de forma “frouxa” à hemoglobina, por isso, sua ligação é reversível. Com a PO2 alta, como nos capilares pulmonares, por exemplo, o oxigênio é ligado à hemoglobina.
Em contrapartida, o inverso acontece em regiões de baixa pressão parcial de oxigênio, como é o caso dos tecidos, fazendo com que ele seja “despregado” do complexo Heme e siga para a região tecidual.
A hemoglobina possui um percentual de saturação que delimita a quantidade que está sendo associada ao O2. Com isso, nas artérias sistêmicas o percentual de saturação é de 97% e no sangue venoso periférico é, em média, de 75%.
Posteriormente, no sangue, é possível encontrar em média 15 gramas de hemoglobina para cada 100 mL. Assim, além da função de transportar oxigênio, a hemoglobina funciona também como um tampão para o PO2 tecidual.
Em suma, ela é responsável por gerar um equilíbrio da quantidade de oxigênio presente nos tecidos.
AGORA, EM RELAÇÃO AO TRANSPORTE DE GASES, VAMOS CONHECER A DIFUSÃO DO DIÓXIDO DE CARBONO?
O CO2 é o subproduto metabólico do oxigênio durante o metabolismo celular. Conforme vai sendo realizado o metabolismo do oxigênio, a pressão parcial do dióxido de carbono vai sendo elevada.
Desta forma, é possível que surja a diferença de pressão para que o CO2 consiga sair dos tecidos e difundir para os capilares, para que seja enviado então aos alvéolos pelo retorno sanguíneo da grande circulação, onde são expirados.
O fluxo sanguíneo dos capilares e o metabolismo afetam de forma proporcional a PCO2, sendo, em valores numéricos, proporcionalmente o oposto da PCO2 tecidual. Por exemplo:
Quanto às variações de PCO2:
-> Se houver uma redução do fluxo sanguíneo para 1/4 do seu valor de referência, a PCO2 tecidual periférica aumentará para 60 mmHg, o que foge da sua normalidade que se encontra aproximadamente em 45 mmHg.
Em contrapartida, se houver aumento do fluxo sanguíneo por seis vezes o valor de sua referência, a PCO2 intersticial é reduzida. Assim, essa redução pode chegar ao valor de 41 mmHg, o que é praticamente o mesmo valor apresentado na PCO2 arterial.
Quanto às variações metabólicas:
-> Com o aumento da atividade metabólica em 10 vezes acima do seu normal, é possível observar uma elevação da PCO2 intersticial em praticamente todas as intensidades do fluxo de sangue.
Assim, ao mesmo tempo, se houver redução do metabolismo até 1/4 do seu valor de referência, é possível notar que a PCO2 do líquido intersticial cai para o valor aproximado de 41 mmHg.
Dicas de conteúdos para estudo:
Em primeiro lugar: https://proffelipebarros.com.br/digestao-de-carboidratos-prof-felipe-barros/
Ainda: https://proffelipebarros.com.br/liquidos-corporais-prof-felipe-barros/
Posteriormente: https://proffelipebarros.com.br/grande-e-pequena-circulacao/