Introdução:
Os alongamentos musculares são utilizados com diversos objetivos no nosso dia à dia, e diversas teorias sobre os mesmos são utilizadas, mas na verdade, todo alongamento muscular, assim como as possíveis técnicas de fortalecimento, dependem diretamente da fisiologia muscular, tanto da contração quanto dos receptores musculares.
A grande questão em relação aos alongamentos, normalmente está associada a: Alongar antes ou depois da atividade física?
Os alongamento podem ser divididos em dois grandes grupos, dependendo dos objetivos que se pretende alcançar. Conhecendo os princípios fisiológicos dos alongamentos, fica simples responder a pergunta.
Podemos afirmar que os alongamentos são divididos em dois grandes grupos:
- Alongamentos pré-cinéticos
- Alongamentos pós-cinéticos
Alongamento pré-cinético:
Alongamentos pré-cinéticos nada mais são do que aqueles realizados antes de atividade ou exercício físico. Os alongamentos pré-cinéticos tem como principais objetivos:
- Aquecimento muscular
- Recrutamento de unidades motoras
- Preparação do músculo para o movimento
- Prevenção de lesões musculares
Alongamentos pré-cinéticos são baseados na fisiologia dos fusos neuromusculares, que são os receptores musculares que se localizam paralelos às fibras musculares e são sensíveis à variações de comprimento/tempo. Sempre que estimulados, os fusos neuromusculares induzem a contração muscular, favorecendo a contratilidade e consequentemente, o movimento.
Desta forma, os alongamentos pré-cinéticos são mais dinâmicos, normalmente ativos e associados a trabalho de aquecimento muscular.
Alongamento pós-cinético:
Alongamentos pós cinéticos são aqueles realizados posteriormente a uma atividade ou exercício físico. Os principais objetivos dos alongamentos pós cinéticos estão relacionados a:
- Recuperação das fibras musculares
- Manutenção do comprimento de fibra
- Realinhamento de fibra muscular
- Remodelação muscular adequada
Diferente dos alongamentos pré-cinéticos, no alongamento pós cinético não se deve estimular os fuso neuromusculares, pois os mesmos induzem a resposta de contração. Desta forma, nessa modalidade de alongamento a principal característica é a estática, com maior ou menor tensão utilizada, mas sempre sem movimentos.
Quando pensamos em alongamentos pós-cinéticos, as estruturas envolvidas e que devem ser estimuladas são os órgãos tendinosos de golgi (OTG), que são receptores musculares localizados nos tendões e sensíveis a variação de tensão nos mesmos. Ema vez estimulados, os OTGs tem como resposta a indução ao relaxamento muscular.
Técnicas de alongamento:
Mais importante do que se conhecer técnicas de alongamento, é conhecer a fisiologia e os conceitos básicos dos alongamentos, baseados nos receptores musculares e na fisiologia da contração muscular. Diversas formas (técnicas) de alongamento podem ser utilizadas, dependendo então dos objetivos almejados assim como das características do indivíduo trabalhado.
Dentre todas as possíveis técnicas, as mesmas podem se dividir em três grandes grupos:
- Alongamentos passivos: correspondem aqueles em que o indivíduo é alongado por uma segunda pessoa, sem que haja gasto de energia do mesmo;
- Alongamento ativo-assistido: corresponde aquele em que o próprio indivíduo realiza seu alongamento, porém, é auxiliado por uma segunda pessoa para ganho de amplitude ou em determinado ângulo de movimento;
- Alongamento ativo: são os mais eficientes e que promovem maior ganho, porém dependem exclusivamente do indivíduo. Podem ainda ser subdivididos em ativo libre e ativo resistido.
Diversas técnicas de treinamento ou tratamento utilizam os alongamentos das mais diversas maneiras. Dentre elas, as mais reconhecidas são:
- Alongamento 3S
- Alongamentos passivos
- Contrai-relaxa
- Mantém-relaxa
- Rold-relax
- Princípio da inibição recíproca
