Anatomia Palpatória: Perna, tornozelo e pé

Introdução:

Neste post abordaremos conteúdos morfológicos e funcionais dos segmentos perna, tornozelo e pé, através de conteúdos em texto e vídeos com enfoque voltado para a anatomia palpatória clínica.

Palpação de estruturas ósseas

  • Maléolo medial

Técnica: Localizado no terço distal da tíbia (acidente ósseo de fácil identificação, bastante proeminente). O terapeuta deverá palpá-lo com o polegar e indicador fazendo uma pinça entre as bordas anterior e posterior do maléolo medial. Para palpar o ápice do maléolo medial o terapeuta deverá deslocar seu dedo indicador no sentido caudal e cairá diretamente sobre o acidente ósseo.    

  • Maléolo lateral

Técnica: Localizado no terço distal da fíbula (acidente ósseo de fácil identificação, bastante proeminente). O terapeuta deverá palpá-lo com o polegar e indicador fazendo uma pinça entre as bordas anterior e posterior do maléolo lateral. Para palpar o ápice do maléolo lateral o terapeuta deverá deslocar seu dedo indicador no sentido caudal e cairá diretamente sobre o acidente ósseo.    

Obs: o ápice do maléolo lateral corresponde à articulação subtalar

  • Cabeça do V metatarso

Técnica: Com o paciente em DD, o terapeuta deverá fazer uma pegada de pinça sobre o 5° dedo, o terapeuta deverá realizar uma flexão plantar para que a cabeça do V metatarso apareça na parte dorsal da borda lateral do pé. Essa exposição também permitirá identificar a V articulação metatarsofalangeana.  

  • Diáfise do V metatarso

Técnica: Paciente em DD ou sentado.  Após encontrar a cabeça do V metatarso, o terapeuta deverá continuar a palpação no sentido cranial na face lateral do pé, e com as polpas dos 2° e 3° dedos percorrer diretamente sobre a diáfise do V dedo.

  • Base do V metatarso (tuberosidade do V metatarso)

Técnica: Com o paciente em DD, o terapeuta deverá continuar a palpação da diáfise do V dedo no sentido cranial, e ao perceber uma saliência estará palpando a base do V metatarso.  

  • Cubóide

Técnica: O osso cuboide segue imediatamente, a base do V metatarso (tuberosidade). Ao localizar a tuberosidade do V metatarso basta deslizar os dedos no sentido posterior do pé, para sentir uma depressão que cairá imeditamente sobre o osso cuboide 

  • Tálus

Técnica:  Com o paciente em DD e pé posicionado em posição neutra. O terapeuta deverá posicionar seu dedo indicador na borda anterior do maléolo lateral. Em seguida, deverá avançar discretamente seu dedo para frente e medialmente e cairá sobre o tálus. Para facilitar a palpação realizar uma discreta supinação do pé, que fará com que a estrutura palpada fique mais proeminente. 

  • Colo do Tálus

Técnica: Paciente sentado na maca, com o calcanhar apoiado. Na extremidade inferior e anterior da tíbia, a porção anterior do colo do tálus estará localizado entre os tendões dos músculos tibial anterior e extensor longo dos dedos. Basta o terapeuta localizar os tendões citados e realizar a palpação entre eles para identificar a face anterior do colo do tálus.

  • Navicular    

Técnica:  Paciente em DD, com o pé previamente posicionado em flexão plantar. O terapeuta com uma das mãos localizada na face medial do antepé irá solicitar ao paciente o movimento resistido de adução do pé para que o tendão do músculo tibial posterior fique evidente. A partir do maléolo medial o terapeuta deverá seguir o tendão do músculo a cima citado até perceber a tuberosidade óssea do navicular.

Obs: A tuberosidade do osso navicular fica logo atrás e medialmente ao tendão do músculo tibial anterior

  • Cuneiforme medial

Técnica:  Com o paciente em DD, o terapeuta deverá solicitar o movimento resistido de flexão dorsal para que o tendão do músculo tibial anterior fique evidente. Localizando o tendão citado anteriormente o terapeuta deverá seguir com seu indicador caudalmente e a saliência óssea encontrada logo após o tendão trata-se do osso cuneiforme medial, uma vez que o músculo tibial anterior se insere no osso em questão.

  • Cabeça dos ossos metatarsais (visão dorsal)

Técnica:  Paciente em DD, com uma pegada global envolvendo o dorso de todos os dedos do pé, o terapeuta deverá realizar uma flexão plantar de grande amplitude até que as cabeças dos ossos metatarsais fiquem salientes. Essa manobra pode ser realizada osso por osso. 

  • Cabeças dos ossos metatarsais (visão plantar)

Técnica: Paciente em DD, com uma pegada global envolvendo a planta de todos os dedos do pé, o terapeuta deverá realizar uma extensão dos dedos de grande amplitude até que as cabeças dos ossos metatarsais fiquem salientes. Essa manobra pode ser realizada osso por osso. 

Articulações do complexo

  •  Articulação de Lisfranc (articulação tarsometatarsal entre o cuboide e o V osso metatarsal)

Técnica: Paciente em DD.  Com o dedo indicador da mão proximal posicionado sobre a porção anterolateral do osso cuboide mantendo-se em contato com a borda do osso metatarsal V. O dedo indicador da mão distal do terapeuta sobre a cabeça do V metatarso com a pegada em pinça, deverá mobiliza-la no sentido anteroposterior para perceber a interlinha articular sob o dedo indicador da mão proximal.

  • Articulação talocrural (tíbiotalar)

Técnica:  Paciente em DD, com o pé para fora da maca em flexão plantar. O terapeuta deverá posicionar a polpa de seu 2° dedo, lateralmente ao tendão do músculo tibial anterior, no mesmo alinhamento horizontal da superfície proximal do maléolo medial. Com o seu 3° dedo posicionado imediatamente distal ao anterior estará sobre a articulação talocrural.

Estruturas miotendinosas

  •  Tendão do músculo extensor longo dos dedos

Técnica: Paciente sentado com pé apoiado na maca.  O terapeuta com uma de suas mãos posicionada no dorso do 2° ao 5° dedos para oferecer resistência ao movimento de extensão dos mesmos. Durante o movimento resistido de extensão dos dedos, o paciente deverá permanecer com o calcanhar apoiado na maca para não contrair o músculo tibial anterior. Com a contração muscular solicitada o terapeuta poderá visualizar os tendões dos extensores dos dedos no dorso do pé e na parte anterior do tornozelo.   

  • Tendões da região anterior da perna

Técnica: Paciente sentado, com pé apoiado na maca.  O terapeuta irá oferecer resistência na região dorsal do pé e dos dedos para os movimentos de extensão dos dedos e flexão dorsal do tornozelo. Ao solicitar tais movimentos os tendões da região anterior da perna ficarão salientes e facilmente palpáveis.

O tendão do tibial anterior é o mais medial, seguido pelo extensor longo do hálux e lateralmente a este último poderá ser palpado o extensor longo dos dedos.