Introdução

Uma articulação nada mais é do que o local onde 2 ossos se encontram. Sua função é de manter os ossos unidos e proporcionar flexibilidade a um esqueleto rígido.

 As articulações podem ser classificadas de acordo com o tipo de tecido que a conecta e de acordo com o(s) movimento(s) realizado(s) pela mesma.

Articulações fibrosas ou imóveis

         Nestas articulações os ossos se mantêm unidos por tecido conjuntivo fibroso. Como não executam nenhum movimento apreciável são chamadas de sinartroses.

         Estas articulações se apresentam em 2 tipos:

  • Suturas
  • Sindesmoses

SUTURAS: existem Inter digitações ou sulcos nas extremidades dos ossos, que se encaixam e mantém uma firme união. As fibras de conexão são curtas.  

Os ossos do crânio são unidos por suturas. 

Ossos e suturas do crânio

O osso frontal se articula com os parietais através da sutura CORONAL.

Os dois ossos parietais se articulam e formam a sutura SAGITAL.

Parietais e occipital se articulam através da sutura LAMBDÓIDE.

Parietais e temporais se articulam através da sutura ESCAMOSA.

Imagem ossos do crânio

Mas quando pensamos em articulação, sempre pensamos em possibilidade de movimento. Desta forma, qual seria a função de uma sutura já que a mesma é uma articulação imóvel?

Na verdade, as articulações entre os ossos do crânio ou suturas, se dão após o nascimento e primeiros meses de vida. Os ossos do crânio, assim como a maioria dos ossos durante a fase embrionária, ainda não são completamente calcificados, sendo formados por grande quantidade de cartilagem.

Além disso, na fase embrionária até a fase do parto (nascimento), esses ossos não podem estar “encaixados”, ou articulados. Tal fato se deve a diferença de diâmetro do canal do parto em relação ao diâmetro da cabeça da criança, para que haja passagem da mesma pelo canal do parto.

Ilustração posição fetal e relação cabeça x canal

Desta forma, pensando em parto normal ou natural, é necessário que haja uma maleabilidade do crânio e consequente deformação para passagem pelo canal do parto. Após o nascimento, os ossos vão se encontrando e calcificando, ficando inicialmente um espaço anterior entre o osso frontal e os ossos parietais (Fontanela anterior ou Bregma) e outro posterior entre o osso occipital e os ossos parietais (Fontanela posterior ou Lambda).

SINDESMOSES: as extremidades dos ossos são mais afastadas e por isso as fibras de conexão são mais longas (ligamentos).

         Na verdade, existe “algum” movimento, ou melhor, elasticidade entre os ossos.

         Os principais exemplos de sindesmoses são encontrados nas extremidades distais de tíbia e fíbula (articulação tíbio-fibular distal), entre as diáfises de rádio e ulna (articulação rádio ulnal pela membrana interóssea) e entre as diáfises de tíbia e fíbula (membrana interóssea tíbio-fibular).  

         A pesar de classificadas como articulações imóveis, diferente das suturas, apresentam pequena quantidade de movimento devido a pouca elasticidade ligamentar. São regiões que a pesar de articuladas, a principal função é dar estabilidade aos ossos que ali se encontram.

         No tornozelo, a articulação tíbio-fibular distal é extremamente importante para dar estabilidade ao Tálus durante os movimentos do tornozelo, especialmente durante a flexão plantar, quando a porção mais estreita do Tálus (porção posterior) fica na pinça maleolar, promovendo maior instabilidade articular. Neste momento ou fase, a atuação do músculo tibial posterior é de extrema importância para aproximar ainda mais as porções distais de tíbia e fíbula, melhorando a estabilidade articular do tornozelo.

Ilustração da articulação do tornozelo