Imagem ilustrativa de hemograma

Você sabe o que é o hemograma? 

Em suma, o hemograma é um exame simples de rotina que o médico solicita para analisar as condições fisiológicas do organismo humano. É uma técnica que avalia de forma quantitativa e de forma morfológica os elementos figurados do sangue. 

Desta forma, geralmente esse exame é dividido em três partes, por exemplo: 

-> Em primeiro lugar, o eritrograma, que analisa a série vermelha – hemácias; 

-> Em segundo lugar, o leucograma, onde será avaliada a série branca – leucócitos; 

-> Na sequência, a plaquetograma, para avaliação das plaquetas). 

Constituição do plasma sanguíneo e importância para o hemograma

E aí, você conhece?

Para resumir, de forma geral, o plasma sanguíneo é constituído por água (90%), proteínas (9%) e componentes inorgânicos (1%) como sais minerais, gases, nutrientes. Portanto, como podemos notar, as proteínas séricas possuem funções primordiais para a homeostase do organismo bem como de todos os tecidos do corpo humano.

Entre todas as proteínas, podemos destacar, por exemplo: a albumina, globulina; protrombina; fibrinogênio; proteínas do sistema complemento e as lipoproteínas que realizam transporte de triglicerídeos, como as mais importantes. 

Células sanguíneas x hemograma

As células sanguíneas são originadas de células mais jovens e sofrem o amadurecimento para seguirem para o sangue periférico. Em contrapartida, quando é evidenciado células jovens na circulação sistêmica significa que há algum problema que afeta a produção dessas células, como o caso de neoplasia na medula, anemias entre outras problemáticas. 

Atualmente, é realizado o hemograma automatizado, que é feito por meio de um equipamento que realiza a contagem de hemácias, dosagem de hemoglobina,  VCM (dosagem do hematócrito), contagem global de leucócitos, contagem de plaquetas, contagem diferencial de leucócitos (os parâmetros fornecidos variam de um aparelho para outro). 

Você conhece a série vermelha do sangue?

Série vermelha

É nessa parte do hemograma em que se avalia a quantidade de hemácias presentes na circulação periférica, o formato que ela possui e a quantidade de hemoglobina que é encontrada dentro dessas células.

Mulheres e homens apresentam diferentes valores de referência para essas dosagens, devido à diferença entre as massas musculares e a menstruação, recorrente das mulheres. 

Valores de referência:

  • HEMÁCIAS:
  • homens: 4,5 – 6,1
  • Mulheres: 4,1 – 5,3
  • HEMOGLOBINA:
  • homens: 12,8 – 17,8
  • mulheres: 11,5 – 16,4
  • VCM: 80 – 98 
  • HCM: 27 – 33 
  • CHCM: 31 – 36 
  • RDW: 11 – 15 

Em conclusão, os dados encontrados em um exame de sangue vem descrito, em sua maioria, em forma de abreviação, por isso é importante tê-los em mente, como veremos a seguir. 

Interpretação do hemograma:

Anote aí!!!

Em primeiro lugar, o VCM é o volume corpuscular médio, ou seja, é a média de todas as hemácias que passaram pela contagem. Portanto, com essa medição é possível avaliar o RDW que consiste na heterogeneidade das hemácias, tendo como base o VCM encontrado. 

Em segundo lugar, temos o RDW, que analisa o formato das hemácias. Para esclarecer, as hemácias serão homogêneas se a maioria delas apresentarem o valor de tamanho próximo ao VCM. As hemácias são heterogêneas quando o valor se afasta do valor de VCM, assim o paciente apresenta uma anisocitose, ou seja, uma alta variação no tamanho dessas células. 

Na sequência, temos o hematócrito, que é aquela fase que avalia o volume que elementos figurados do sangue ocupam no volume sanguíneo. Assim, se a percentagem for baixa significa que as hemácias possuem um volume pequeno, e, por consequência, apresentam baixo teor de hemoglobina. 

Quando há valores elevados, os pacientes podem apresentar macrocitose que consiste no aumento do volume de hemácias, ou policitemia quando há o aumento da quantidade de hemácias. 

Em relação à hemoglobina, avalia-se a cor da hemácia. Elas podem ser hipocrômicas quando apresentarem baixo valor de hemoglobina, hipercrômica quando houver aumento significativo da hemoglobina ou normocrômica quando apresentar o valor de referência. 

Essas diferenças alteram o HCM (hemoglobina corpuscular média) no exame. Em pacientes com anemias, por exemplo, o HCM será baixo e o paciente apresentará hipocromia. 

Agora, se liga nessa dica:

Além disso, há o CHCM que avalia a concentração de hemoglobina corpuscular média, ou seja, a quantidade de hemoglobina corrigida para o tamanho da hemácia de cada paciente. 

As hemácias hipocrômicas possuem deficiência de ferro e as normocrômicas apresentam a normalidade, já as hipercrômicas serão aquelas que possuírem hemoglobina e ferro em valores maiores que o VR (valor de referência). Hemácias hipercrômicas são chamadas de esferócitos, pois possuem formato arredondado.

E quanto ao esfregaço, você sabe quando é indicado?

Exemplo de teste de esfregaço

Ainda, para avaliação detalhada do sangue, pode ser realizado um esfregaço sanguíneo (lâmina) para a avaliação microscópica da aparência das hemácias. Elas podem apresentar poiquilocitose, quando há formatos variados, ou anisopoiquilocitose quando possuir forma e tamanho alterado. 

E a série branca, você consegue caracterizá-la?

Se liga!!!

Essa série é formada por leucócitos presentes na circulação periférica. O paciente pode apresentar leucocitose quando os valores encontrados forem maiores que o VR, ou leucopenia quando esses valores forem menores que o valor de referência. 

Cada célula branca possui um nome, sendo eles: 

-> Leucócitos

-> Neutrófilos

-> Eosinófilos

-> Basófilos

-> Monócitos

-> Linfócitos

-> Plaquetas

Como citado anteriormente, quando células jovens estão presentes na circulação periférica  o paciente apresenta algum problema na formação dessas células e esse processo recebe o nome de desvio à esquerda. 

Quando os neutrófilos ficam maduros o seu núcleo é segmentado, caso haja excesso dessas segmentações no sangue, o nome é desvio à direita.

E quanto ao diagnóstico baseado no hemograma?

As informações referentes a cada uma das classes da série branca são cruciais para o diagnóstico. Elas podem ser, por exemplo:

  • Neutropenia: infecções bacterianas, doenças inflamatórias agudas ou crônicas, leucemias mielóides;
  • Neutropenia: imunodeficiência, lúpus eritematoso sistêmico, viroses;
  • Eosinofilia: alergias do trato respiratória ou da pele, infecções parasitárias;
  • Eosinopenia: excesso de glicocorticóides e infecções agudas;
  • Basofilia: hipersensibilidade e leucemia mielóide crônica;
  • Basofilopenia: estresse como infecções agudas
  • Linfocitose: virose, esplenectomia e leucemias linfóides;
  • Linfopenia: lúpus eritematoso sistêmico e HIV;
  • Monocitose: junto da neutrofilia em infecções e leucemias monocíticas;
  • Monocitopenia: anemia aplástica associada com neutropenia.