Introdução

Neuroma, como o próprio nome sugere, nada mais é do que uma disfunção neural com características típicas de lesão axonal, com sintomatologias relacionadas à alterações de sensibilidade na área inervada, referente a porção distal do comprometimento neuronal.

No caso, o neuroma de morton nada mais é do que um nódulo fibroso de nervo intermetatarsiano (IMT) que acomete, mais frequentemente o III nervo IMT, que pode atingir até 10mm de diâmetro e que gera desorganização das fibras nervosas e, consequentemente, sintomatologia na porção distal.

Diferente do que muitos pensam, os neuromas não são considerados lesões tumorais, mas sim nódulos fibrosos, relacionados a compressão nervosa em parte do seu trajeto e que, com o passar do tempo e intensidade da compressão, geram como consequência a formação do tecido fibroso e toda a sintomatologia referente a lesão neuronal.

A Síndrome de Morton também é descrita por muitos autores como síndrome ou metatarsalgia de moton, caracterizada por dor na região plantar e lateral do pé nos espaços intermetatarsianos, próximo a base dos dedos.

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Neuroma de Morton X Neuroma de Joplin

Tanto o neuroma de morton quanto o neuroma de joplin, tratam-se de nódulos fibrosos com disfunções por desorganização das fibras neuronais, localizados nos nervos intermetatarsianos. Porém, diferente da síndrome ou neuroma de morton que acomete principalmente o III nervo intermetatarsiano, o neuroma de joplin acomete o I nervo intermetatarsiano, sendo muito menos frequente e apresentando sintomatologia parecida, porém relacionada principalmente ao I dedo do pé (hálux) e II dedo.

Os neuromas são normalmente bilaterais e mais frequentes nas mulheres, principalmente àquelas com idade superior a 50 anos, devido ao fato de normalmente utilizarem calçados de bicos finos e de salto, e, que com o passar do tempo, geram compressão e consequente lesão por trauma repetitivo no nervo, podendo gerar os neuromas, tanto de morton (mais frequente), quanto de joplin.

Principais causas x etiologias associadas

  • Uso de calçados com solas finas e pouco flexíveis;
  • Prática de atividade física com impacto, como corrida;
  • Excesso de peso;
  • Sexo feminino;
  • Idade superior a 50 anos.

Principais sintomas relacionados

  • Dor na região plantar lateral do pé nos 4 e 5 dedos, principalmente ao caminhar;
  • Sensação de queimadura, choque ou de pisar em cacos de vidro (disestesia neuronal);
  • Dor de característica irradiada para o 4 e 5 dedos do pé;
  • Sensação de inchaço e aumento de volume, sugestivos de edema por resposta inflamatória na porção lateral do pé.

Diagnóstico

O diagnóstico do neuroma de morton é clínico, devendo ser levada em consideração toda a história e evolução clínica do paciente, que são, juntamente com a avaliação clínica, suficientes para um correto diagnóstico e planejamento de tratamento.

No exame clínico, os achados mais importantes são:

  • Dor a palpação na região plantar do segundo e terceiro espaços intermetatarsianos;
  • Sinal de Mulder;
  • Palpação de ressalto durante a mobilização do neuroma.

Exames de imagem normalmente são utilizados para complementar e fechar o diagnóstico, bem como, para se conhecer um prognóstico e determinar a melhor linha de tratamento. Os exames mais frequentemente solicitados para a complementação do diagnóstico são:

  • Radiografia (RX);
  • Ultrassonografia (US) – É o exame de eleição, sendo o mais indicado tanto para o diagnóstico quanto para determinar localização e dimensões, além de ser um exame barato, de fácil acesso e de interpretação e resultados rápidos;
  • Ressonância Magnética (RM)

Tratamento

O tratamento dos neuromas são, em quase todos os casos, conservadores, com fisioterapia associada a retirada dos fatores lesionais como modificações nos calçados e adaptação ao uso de palmilhas ortopédicas. Normalmente, só a modificação dos calçados por aqueles que não comprimam a região associada ao uso de palmilhas já alivia bastante o sintomas, e a fisioterapia, principalmente co a utilização de técnicas de terapia manual, complementam e aceleram a reabilitação e consequente eliminação da sintomatologia associada.

Tratamentos cirúrgicos são indicados em últimos casos, porém, na maioria das vezes, não tem grande sucesso quanto a eliminação ou diminuição da sintomatologia, podendo, por vezes, apresentar melhora temporária com posterior recorrência dos sinais e sintomas.