Principais lesões ortopédicas

Introdução:

Quando pensamos em leões do aparelho locomotor, também conhecidas como lesões ortopédicas, nos referimos as principais lesões que acometem os sistemas esquelético, articular e muscular. Desta forma, as lesões ortopédicas são aquelas que acometem o sistema osteomioarticular.

As lesões ortopédicas ou traumato-ortopédicas podem ser classificadas de acordo com a estrutura comprometida, bem como de acordo com seu prognóstico. Em alguns casos específicos de lesões ortopédicas, como as fraturas, ainda podemos encontrar diversas sub-classificações, como veremos a seguir.

 Do ponto de vista genérico, as lesões ortopédicas traumáticas podem ser divididas em quatro tipos que são assim definidos, segundo o subcomitê de nomenclatura atlética da Associação Médica Americana (AMA):

  • Contusão – lesão traumática do tegumento, sem ruptura da continuidade da pele.
  • Entorse – lesão traumática, torcional, das partes moles de uma determinada articulação, por estresse agudo ou solicitação extrema, de tal forma que a estabilidade articular não seja comprometida.
  • Fratura – lesão óssea traumática, em que exista ruptura da porção cortical, com solução na continuidade óssea.
  • Luxação – lesão articular traumática em que exista per-da parcial ou total do contato entre os ossos que a compõem.

Contusão:

As contusões são os tipos mais simples de lesão ortopédica e de melhor prognóstico. Contusão é considerada uma lesão traumática aguda, sem corte, decorrente de trauma direto aos tecidos e que provoca dor e edema. A contusão vai de leve até uma grande infiltração de sangue nos tecidos circundantes, podendo levar a equimose e, em casos graves, a síndrome compartimental.

Fonte: Revista Super interessante

Entorse:

As entorses são caracterizadas por serem lesões articulares onde a estrutura comprometida é o ligamento ou os ligamentos. Como o ligamento é uma estrutura com função de promover estabilidade articular, as entorses tem como principal consequência, a instabilidade da articulação comprometida.

Fonte: Revista Super interessante

De acordo com o grau de comprometimento ligamentar, as entorses ainda podem ser classificadas como:

  • Entorse grau I: Quando há distensão do ligamento, porém não ocorre sua ruptura. Representa a entorse de melhor prognóstico;
  • Entorse grau II: É caracterizada por lesão com ruptura parcial do ligamento, provocando maior quadro inflamatório, de edema e dor, além de apresentar pior prognóstico e maior instabilidade articular quando comparada com a entorse de grau I;
  • Entorse grau III: Trata-se da ruptura total de um ligamento, provocando grande quadro inflamatório além de grande instabilidade e pior prognóstico. Normalmente, as entorses de grau III tem indicação cirúrgica antes do tratamento de reabilitação fisioterapêutico.
Ilustração tipos de entorse quanto aos graus de comprometimento

Fratura:

As fraturas são caracterizadas por serem lesões de tecido ósseo onde a consequência é a perda de continuidade óssea. De acordo com o mecanismo traumático, as fraturas podem sofrer diversos e diferentes tipos de traço, independentemente de serem consideradas abertas ou fechadas. Na imagem abaixo, aparece a ilustração dos principais tipo de de traço de fratura.

Principais traços de fraturas
  • Fratura transversal: São aquelas que apresentam o traço de fratura transversal à diáfise óssea, normalmente causadas por trauma direto ao osso.
  • Fratura oblíqua: São aquelas que apresentam traço obliquo ao sentido do osso. Assim como as transversais, são normalmente causadas por trauma direto, porem em sentido oblíquo ao osso lesionado.
  • Fratura em espiral: As fraturas em espiral apresentam sentido oblíquo ao osso, porém, diferentemente das fraturas oblíquas, as fraturas em espiral são causadas normalmente por trauma indireto ocasionando a torção do osso e consequente fratura por torção. É considerada uma fratura de pior prognóstico pois normalmente está associada a lesão de tecidos moles devido a grande formação de espículas ósseas cortantes.
  • Fratura cominutiva: As fraturas cominutivas são aquelas que acontecem normalmente por trauma direto em grande área óssea, ocorrendo um esmagamento do osso e fratura em múltiplos segmentos. Trata-se de uma fratura de difícil consolidação, normalmente associada a perda de massa óssea e seu tratamento, muitas vezes, requer a utilização de fixador externo.
  • Fratura segmentar: Caracterizada por ser uma fratura em segmento, ou seja, aquela em que há dois traços separando ou isolando um dos segmentos ósseos.
  • Fratura em avulsão: É caracterizada por ser uma fratura causada pelo avulsionamento (arrancamento) de uma extremidade por um tendão ou ligamento ali inserido e que sofre grande tensão.
  • Fratura impactada: Nessa fratura, apesar de formação de traço, não há descontinuidade óssea. Normalmente causada por traumas de menor intensidade, no mesmo sentido do osso (perpendiculares) e que levam a lesão do periósteo e uma fratura por estresse ósseo. O tipo mais comum de fratura impactada ou fratura por estresse é a periostite, também conhecida como canelite.
  • Fratura compactada ou com deformidade: As fraturas impactadas normalmente são causadas por queda de grandes alturas, onde o osso sofre grande impacto em sentido perpendicular e, durante a fratura, um fragmento ósseo se funde ao outro, gerando deformidade e perda de comprimento ósseo.
  • Fratura em galho verde: Trata-se da fratura típica das crianças e adolescentes em fase de crescimento, quando o osso ainda não é completamente rígido e, desta forma, ainda possui bastante cartilagem. Assim como um galho verde, nesta fratura há deformação óssea sem a separação dos fragmentos, como se o osso literalmente dobrasse. Desta forma, o tratamento e sempre conservador com imobilização e o prognóstico muito bom.

Fraturas abertas ou expostas:

  • Fratura exposta: Nas fraturas expostas o osso quebrado lesiona a pele e está exposto ao ambiente. Neste tipo de fratura, além da possibilidade maior de lesão de tecidos moles, ainda há todo o risco de contaminação e infecção, o que torna este tipo de fratura de pior prognóstico e de tratamento cirúrgico, acompanhado de antibiótico terapia.
Ilustração da classificação das fraturas
  • Fratura fechada: Nas fraturas fechadas, a pele fica intacta, ou seja, o osso não fica exposto ao ambiente. Esse tipo de fratura não é identificado tão facilmente, uma vez que não há a exposição do osso. Entretanto, alguns sinais podem indicar sua ocorrência, tais como grande dor no osso ou nas articulações, dificuldade ou até mesmo incapacidade de movimentar a área afetada, inchaço e pele arroxeada, formigamento e adormecimento da região.

Luxação e subluxação:

Fonte: Revista Super interessante

Uma luxação é o deslocamento repentino e duradouro, parcial ou completo de um ou mais ossos de uma articulação. Ocorre quando uma força atua diretamente ou indiretamente sobre uma articulação, empurrando o osso para uma posição anormal. Desta forma, as luxações são caracterizadas pela desarticulação completa de uma articulação, tendo como principal característica a deformidade. Já as subluxações, correspondem as desarticulações parciais.

Embora seja possível qualquer articulação se tornar luxada, os locais mais comuns em que isso ocorre no corpo humano são:

  • Ombro
  • Dedos
  • Joelho
  • Punho
  • Cotovelo