Reabilitação pós COVID-19

Introdução ao estudo da reabilitação pós covid-19:

Para falarmos de reabilitação pós covid-19, precisamos compreender a infecção pelo corona vírus e consequentemente, aquisição da COVID-19.

Ou seja, trata-se de uma doença infecciosa do trato respiratório altamente contagiosa e que pode causar disfunção respiratória, física e psicológica nos pacientes afetados.

Portanto, o processo de reabilitação é fundamental durante o tratamento clínico e após a cura. Já existem evidências na literatura que propõem programas práticos de reabilitação.

Desta forma, os pacientes pós covid se veem com seus espaços limitados, aumentam o tempo sentados ou deitados, levando, por exemplo, a consequências como a diminuição da força muscular, perda da capacidade de excreção de escarro, aumento de riscos de eventos tromboembólicos e, também, de problemas psicológicos, os quais podem levar à intolerância ao exercício.

Portanto, com o objetivo de padronizar os procedimentos em reabilitação respiratória, a Associação Chinesa de Medicina de Reabilitação, publicou a segunda edição de “Orientação para a Reabilitação Respiratória da Pneumonia por Covid-19”, bem como já foram publicados alguns estudos chineses sobre o mesmo tema.

REABILITAÇÃO PÓS COVID-19: Princípios da reabilitação respiratória

  • Melhorar os sintomas de dispneia, aliviar a ansiedade, reduzir as complicações, prevenir e minimizar as incapacidades, proporcionando melhora a qualidade de vida;
  • Reduzir o tempo do programa de reabilitação: durante toda a internação e também no pós-alta (6 a 8 semanas). Para pacientes em estado crítico a intervenção de reabilitação não é recomendada;
  • Plano de reabilitação respiratória e motora deve ser ajustado as demais comorbidades do paciente.

Consequentemente, a Associação Chinesa de medicina e reabilitação, como recomendação de tratamento, divide os pacientes infectados em três grupos durante hospitalização:

-> Em primeiro lugar, aqueles pacientes com sintomas leves/moderados;

-> Já em segundo lugar, os pacientes com sintomas graves/críticos e;

-> Posteriormente, os pacientes pós-alta.

REABILITAÇÃO PÓS COVID-19: Momento da intervenção da reabilitação respiratória

Acima de tudo, com base no entendimento limitado do mecanismo fisiopatológico da Covid-19, observações clínicas descobriram que cerca de 3% a 5% dos pacientes comuns dentro de sete a 14 dias após a infecção podem progredir para sintomas graves, desta forma, é recomendado que a intensidade das atividades seja leve, ou seja, pois o objetivo é manter a aptidão física existente.

REABILITAÇÃO PÓS COVID-19: Critérios de exclusão para reabilitação respiratória:

Anote aí

  • Temperatura corporal > 38,0 ℃;
  • Tempo de diagnóstico inicial ≤ 7 dias;
  • Um tempo desde o início até a dispneia ≤3 dias;
  • Exame de imagem com progressão da imagem torácica dentro de 24-48 horas > 50%;
  • Saturação de oxigênio no sangue: ≤ 95%;
  • Pressão arterial: pressão arterial estática <90/60 mmHg ou > 140/90 mmHg

Reabilitação em pacientes hospitalizados com sintomas leves/moderados

-> Educação do paciente sobre a doença e o processo de tratamento, por meio de contato direto, vídeos ou manuais. Os recursos de telemedicina também podem ser usados

-> Repouso relativo, sono adequado, dieta equilibrada e cessação do tabagismo.

-> Atividades:

Em primeiro lugar, a intensidade do exercício deve ser leve, com escore de dispneia de Borg menor ou igual a 3 (em 10 pontos); Frequência: 2 vezes ao dia. Duração: 15 a 45 minutos. Pode ser realizado de forma intermitente;

Já quanto aos exercícios respiratórios, adequação postural, manutenção de amplitude de movimento, exercícios físicos aeróbios devem ser, consequentemente, leves;

A Intervenção psicológica também se faz necessária, acima de tudo, para identificar transtornos psicológicos através de escalas autoaplicáveis e, se necessário, procurar profissionais de psicologia.

Reabilitação em pacientes hospitalizados com sintomas graves

Quanto as intervenções de reabilitação devem abranger três aspectos principais: (1) gerenciamento da postura; (2) atividades precoces; (3) manejo respiratório.

REABILITAÇÃO PÓS COVID-19: Momento da intervenção

Para esclarecer, o tratamento de reabilitação respiratória pode ser iniciado quando todas as seguintes condições forem atendidas:

-> Concentração de oxigênio inalado (FiO 2) ≤ 0,6; saturação de oxigênio no sangue (SpO2) ≥ 90%; frequência respiratória : ≤ 40 vezes / min; pressão expiratória final positiva (PEEP) ≤ 10 cmH2O.

-> Pressão arterial sistólica ≥ 90 mmHg e ≤ 180 mmHg; uma pressão média (PAM) ≥ 65 mmHg e ≤ 110 mmHg; frequência cardíaca: entre 40 a 120 batimentos/min. Ausência de sinais de: arritmias, isquemia miocárdica, choque, trombose venosa instável, embolia pulmonar, estenose aórtica.

-> Escala de Agitação – Sedação de Richmond (RASS) -2 ~ + 2.

-> Nenhuma fratura instável de membros e coluna vertebral; não deve haver doença grave do fígado e/ou rim, além de danos na função hepática e renal recentemente progressivos; além de sangramento ativo; temperatura corporal ≤38,5 ℃.

REABILITAÇÃO PÓS COVID-19: Intervenções de reabilitação respiratória:

O Gerenciamento da postura quando as condições fisiológicas permitirem, acima de tudo, aumentar gradualmente a posição antigravitacional, como a cabeceira da cama elevada até 60 ° na posição sentada.

Em contrapartida, o ortostatismo pode ser realizado 30 minutos a cada vez, três vezes ao dia.

Atividades de trocas posturais, transferências, treinamento ativo ou passivo (no entanto, a depender do grau de sedação), de movimento articular completo, alongamentos e estimulação elétrica neuromuscular (FES).

Manejo respiratório: recrutamento pulmonar e a descarga de escarro.

REABILITAÇÃO PÓS COVID-19: Reabilitação pós-alta

Em resumo, o objetivo é a recuperação da aptidão física, melhora da dispneia, restabelecimento da massa muscular, incluindo músculos respiratórios e tronco e ajuste psicológico.

No entanto, pacientes graves que apresentam disfunção respiratória devem receber tratamento de reabilitação respiratória domiciliar, podendo ter como, por exemplo:

  • Exercício aeróbico: iniciando com baixa intensidade e aumentando gradualmente a intensidade, duração de três a cinco vezes por semana, 20 a 30 minutos de cada vez. Para pacientes que são facilmente fatigados, o exercício intermitente pode ser usado;
  • Trabalho de força/resistência, ou seja, progressivo, a carga de treinamento de cada grupo muscular alvo é de 8 a 12 RM (Repetições Máxima), intervalo de 2 minutos, frequência de 2 a 3 vezes/semana. Duração de seis semanas, com aumento semanal de 5% a 10%;
  • Reeducação e melhora do equilíbrio estático e dinâmico;
  • Treinamento do padrão respiratório, como, por exemplo, ajuste do ritmo respiratório, treino da atividade torácica, mobilização da participação do grupo muscular respiratório; estimulação de excreção do escarro.

Dicas de conteúdos para estudo:

Em primeiro lugar: https://proffelipebarros.com.br/digestao-de-carboidratos-prof-felipe-barros/

Ainda: https://proffelipebarros.com.br/liquidos-corporais-prof-felipe-barros/


Posteriormente: https://proffelipebarros.com.br/grande-e-pequena-circulacao/