Introdução:

Semiologia é o nome que se dá aos diversos tipos de avaliação, onde o objetivo ou foco principal é determinar um diagnóstico para algum tipo de alteração de funcionamento sistêmico, que chamamos de fisiopatologia. Para se chegar a um diagnóstico, é preciso conhecer as estruturas avaliadas assim como suas respectivas funções, para, a partir daí, correlacionar com os sinais e sintomas manifestados por um determinado paciente.

Durante um avaliação, ou processo semiológico, deve-se avaliar segmento por segmento e suas funcionalidades, porém, há diferentes tipos de diagnósticos que podemos encontrar. Dentre eles, os principais são:

  • Diagnóstico topográfico: se refere a identificação la localização da disfunção. É quando conseguimos definir, através de uma boa avaliação, quais estruturas estão comprometidas e como isso pode alterar demais sistemas ou funcionamentos orgânicos.
  • Diagnóstico sindrômico: quando não conseguimos definir claramente a topografia da lesão, porém conseguimos definir as síndromes (conjunto de sinais e sintomas) apresentados pelo paciente. é um tipo de diagnóstico que auxilia na programação da terapêutica do paciente.
  • Diagnóstico Etiológico: este é o diagnóstico mais procurado e o mais importante. Corresponde a etiologia ou causa da alteração sofrida pelo paciente. Com o diagnóstico etiológico bem definido, pode-se definir a melhor terapêutica para cada indivíduo, assim como também determinar o prognóstico do paciente, uma vez que conhecendo a doença, se tem uma expectativa de evolução clínica com e sem tratamento.
  • Diagnóstico diferencial: em alguns casos, não se consegue definir uma topografia ou etiologia clara para fechar um diagnóstico do paciente, e suas síndromes podem ser sugestivas de diversas patologias que possuam características semelhantes. Desta forma, o diagnóstico diferencial nada mais é do que uma relação de possíveis patologias na qual o quadro do paciente de enquadraria. Com a evolução do quadro, algumas vão sendo descartadas até que se consiga definir o diagnóstico etiológico ou sindrômico. Muitas vezes é o primeiro diagnóstico encontrado e serve como referência para dar uma orientação inicial quanto a terapêutica a ser utilizado.

Semiologia abdominal:

Para estudar e avaliar as vísceras abdominais, como possuímos diversas vísceras localizadas nessa região e muitas delas com uma mesma inervação (inervadas por um mesmo nervo espinhal e consequentemente, mesmo nível medular), pode haver confusão de sinais e sintomas manifestados pelo paciente. Assim, a avaliação abdominal é dividida em três fases:

  • Inspeção: Avaliação visual da área com o objetivo de observar a presença de assimetrias e/ou ninais de alterações visíveis na região abdominal.
  • Palpação: Avaliação palpatória da região abdominal. A avaliação palpatória é mais fidedigna, pois as vísceras ou estruturas com alterações fisiológicas e que normalmente apresentam resposta inflamatória, normalmente podem ser assintomáticas mas manifestam alterações de sensibilidade ao toque, que pode ser crucial para determinação da topografia da lesão.
  • Percussão: Trata-se de em tipo de avaliação que permite observar tanto as alterações de sensibilidade, quanto alterações dos sons que são produzidos durante a percussão, que muitas vezes pode ser indicativo de distúrbios ou obstruções de tacto gastro intestinal.

Divisão da cavidade abdominal para estudo:

Para facilitar os estudos da cavidade abdominal, a mesma é dividida em nove quadrantes, onde as avaliações de palpação, percussão e inspeção correlacionam alterações percebidas com as vísceras localizadas em cada uma das regiões.

Quadrantes Abdominais:

  • Epigástrio
  • Mesogástrio
  • Hipogástrio
  • Hipocôndrio Direito
  • Hipocôndrio Esquerdo
  • Flanco Direito
  • Flanco Esquerdo
  • Fossa ilíaca direita
  • Fossa ilíaca esquerda