Sistema arterial: Artérias do pescoço e membros superiores

Introdução:

Ao estudarmos o sistema arterial, estudamos os principais ramos da artéria aorta e a correlação com os segmentos corporais ou estruturas irrigadas por cada um desses segmentos arteriais.

Neste post, abordaremos através de texto, vídeo aula (acima) e banco de imagens os troncos principais derivados da artéria aorta, suas origens, trajeto, e estruturas irrigadas pelos seus segmentos.

Sistema arterial

Quando falamos de sistema arterial, estudamos e consideramos as artérias (vasos que conduzem sangue do coração para as extremidades) da circulação sistêmica, até porque, a circulação pulmonar ou pequena circulação possui características bem específicas, principalmente no tocante as concentrações / pressões de gases (PaO2 e PaCO2) nas artérias e veias da circulação pulmonar.

Principais artérias do pescoço e membros superiores

As artérias ou troncos arteriais profundos responsáveis pela irrigação do pescoço e consequentemente da cabeça, assim como dos membros superiores, saem do ponto mais alto da artéria aorta, denominado arco aórtico.

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

A pesar de precisarmos de pelo menos uma vaso principal para cada segmento:

  • Cabeça lado direito
  • Membro superior direito
  • Cabeça lado esquerdo
  • Membro superior esquerdo

Como podemos notar na imagem acima, do arco aórtico emergem somente três vasos principais, na seguinte ordem:

  • Artéria tronco braquiocefálico
  • Artéria carótida comum esquerda
  • Artéria subclávia esquerda
Fluxograma artérias derivadas do arco aórtico

As artéria subclávias são as grandes responsáveis pela irrigação e suporte sanguíneo dos membros superiores, e, ao sair da região central, passam por baixo das clavículas no sulco da artéria subclávia de cada uma das clavículas, se dirigindo a região do ombro, onde se tornará artéria axilar posteriormente.

Desta forma, o primeiro ramo direto do arco aórtico, a artéria tronco braquiocefálico, logo em sua saída, vai se bifurcar dando origem a artéria subclávia direita e a artéria carótida comum direita, sendo a carótida relacionada com o pescoço e cabeça do lado direito e a subclávia direita, assim como a esquerda, se afasta da região central, passando sob a clavícula direita e indo em direção ao ombro direito, onde dará origem a artéria axilar direita.

Fluxograma sistema arterial: Cabeça e MMSS

Artéria vertebral

A pesar de serem as artérias carótidas as principais responsáveis pela irrigação das estruturas do pescoço e cabeça, sendo que cada carótida comum (no pescoço) ao cruzar a base do crânio pelo forame carótico vai dar origem as carótidas interna e externa de cada um dos lados, a irrigação das estruturas encefálicas recebe auxílio de outra importante artéria, denominada artéria vertebral e que é um ramo de cada um dos lados das artérias subclávias.

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

As artérias vertebrais saem proximalmente das artérias subclávias e entram nos forames transversos das vértebras cervicais, por onde sobem até a base do crânio e penetram pelos canais condilares de cada um dos lados.

Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

Devido a presença das artérias vertebrais de cada um dos lados, as vértebras cervicais apresentam uma característica exclusiva, que é a presença dos forames transversos lateralmente em todas as cervicais, inclusive nas vértebras cervicais atípicas (Atlas e Áxis), como pode ser observado na imagem abaixo.

Ver mais em:

https://felipeanatomia.com.br/caracteristicas-vertebrais-aula-pratica/ e https://felipeanatomia.com.br/vertebras-cervicais-tipicas/

Fonte: Departamento de Anatomia Humana, UniMetrocamp/Wyden. 2. Grupo de Estudos em Anatomia Humana GEAH, UniMetrocamp/Wyden. 3. Departamento de Anatomia
Humana, Faculdade São Leopoldo Mandic. .

Ao penetrar na base do crânio, as artérias vertebrais de cada um dos lados se funde, conforme ilustrado na imagem acima, formando uma importante artéria da base do encéfalo denominada artéria basilar, que posteriormente vai ser responsável pela irrigação do cerebelo e tronco encefálico, além de compor o que chamamos de polígono de Wíllis.

Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

Áreas irrigadas pela artéria vertebral:

Após a junção das artérias vertebrais para a formação da artéria basílica, a mesma emite os ramos arteriais que vão irrigar as seguintes estruturas encefálicas, destacadas em azul na imagem abaixo:

Mesencéfalo

Ponte

Bulbo

Cerebelo

Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

Ver mais sobre artérias vertebrais em: https://felipeanatomia.com.br/arteria-vertebral/

Polígono de Wíllis

O polígono de Wíllis nada mais é do que um conjunto de vasos que se anastomosam na base do crânio com o objetivo de tornar a irrigação encefálica o mais homogênea possível.

Os principais vasos que abastecem o polígino de Wíllis são a artéria basilar (derivada da junção das vertebrais) assim como das artérias carótidas internas. Deste polígono então vão sair os vasos que vão suprir a irrigação encefálica de forma homogênea e eficiente.

Ver mais sobre polígono de Wíllis em: https://felipeanatomia.com.br/poligono-de-willis-arterias-cerebrais/

Fonte: NETTER, Frank H.. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

Artérias do pescoço e cabeça

Fluxograma das artérias carótidas e suas ramificações

As principais artérias responsáveis pela irrigação da cabeça, e que, consequentemente cruzam a região do pescoço, são:

  • Artérias carótidas Externas: derivada da artéria carótida comum que ao cruzar o forame carótico se direciona a região externa para irrigar as estruturas externas do crânio, como as glândulas salivares, músculos da face, entre outras;
  • Artérias carótidas internas: derivadas da artéria carótida comum e que ao cruzar o forame carótico se direciona internamente para chegar ao polígono de Wíllis e formar a artéria cerebral média, além de ser uma das grandes responsáveis pela sustentação do polígono;
  • Artérias vertebrais: ramos das artérias subclávias que sobem pelos processos transversos cervicais, penetram na base do crânio pelos canais condilares e se fundem formando a artéria basilar, que além de suprir o polígono de Wíllis ainda vai emitir ramos mesencefálicos, pontinos, bulbares e cerebelares, dentre outros.
Fluxograma das artérias subclávias até a formação das braquiais (braço) e basilar (polígono de Wíllis)

Artérias dos membros superiores

Fluxograma das artérias subclávias até a formação das braquiais (braço) e basilar (polígono de Wíllis)

A pesar de emitir o ramo ascendente denominado artéria vertebral, já citado acima, as artérias subclávias se direcionam para cada um dos membros superiores e recebem esse nome por passarem sob as clavículas, em um acidente ósseo denominado “sulco da artéria subclávia”.

Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

Na região do ombro, as artérias axilares de cada um dos lados vão emitir um ramo local, denominado “artéria circunflexa da cabeça e colo do úmero”, responsável pela irrigação da extremidade proximal (epífise proximal) do úmero.

De forma semelhante com o que ocorre com a irrigação da cabeça e do colo do fêmur, que devido a sua relevância clínica possuem artérias próprias e irrigação exclusiva, no caso realizada pelas artérias da cabeça do fêmur e que passam pelo ligamento redondo da cabeça do fêmur (https://felipeanatomia.com.br/ligamento-redondo-da-cabec%cc%a7a-do-fe%cc%82mur/), no úmero o processo é semelhante por possuir essa artéria própria, a circunflexa.

Organograma das artérias de membros superiores

Passando então pela região axilar e liberando a artéria circunflexa da cabeça do úmero, a artéria axilar se direciona para o segmento do braço, paralelamente ao úmero e de forma profunda, onde, neste ponto é denominada artéria braquial, que segue até a região do cotovelo onde vai ser chamada de artéria cubital, ponto no qual vai ocorrer a divisão ou bifurcação em artérias radial (lateral no antebraço) e ulnar (medial no antebraço).

Fonte: SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

Posteriormente ou, distalmente a artéria cubital, as artérias radial (lateral) e ulnar (medial) se prolongam em direção ao punho e mão, paralelas aos ossos do antebraço correspondentes e de forma profunda, onde, então, vão dar origem aos vasos responsáveis pela irrigação das estruturas mais distais, como punho, mão e dedos.

Fluxograma das artérias dos MMSS