Sistema Límbico #1 (História, fisiologia das emoções e circuito de Papèz)

Introdução

O sistema límbico surgiu como uma emergência dos mamíferos inferiores, sendo o grande responsável por determinar comportamentos necessários a sobrevivência.

Através do sistema límbico, pode-se distinguir o que lhe agrada ou o que lhe desagrada, o que nos permite o desenvolvimento de funções afetivas correlacionadas com nossas percepções.

Os estudos sobre o sistema límbico começaram a ser escritos por Paul Broca em 1878, onde o mesmo o definia anatomicamente como uma convolução arqueada grande formada pelo giro do cíngulo e pelo giro parahipocampal ao redor do tronco encefálico e das comissuras inter-hemisféricas.

Circuito de Papèz

Em 1937, Papèz sugeriu que estruturas límbicas formavam uma grande e complexa rede neuronal, envolvida tanto na sensação emocional quanto no comportamento emocional (expressão emocional). Acreditava que a experiência emocional era determinada pelo córtex cingulado e que a expressão da emoção (comportamento emocional) era governado pelo hipotálamo.

Fluxograma do Circuito de Papèz (1937)

A partir desse primeiro momento então, após a descrição e esquematização do circuito responsável pela percepção, modulação e expressão das emoções, descrito por Papèz ainda em 1937, começaram a se definir melhor as estruturas relacionadas ao sistema límbico e as emoções, bem como descrever as principais estruturas anatômicas envolvidas nesse importante processo.

Imagem ilustrativa do encéfalo

Mesmo nesse período, já eram foram descritas e reconhecidas algumas das importantes estruturas que compõem e sistema límbico, assim como suas respectivas funções, tais como:

  • Tálamo
  • Córtex sensitivo
  • Giro do Cíngulo
  • Tálamo anterior
  • Hipocampo
  • Hipotálamo

Hipotálamo

Já em 1937, ainda por Papèz e demais pesquisadores, o hipotálamo já era reconhecidamente a estrutura relacionada ao comportamento emocional, ou seja, as expressões emocionais determinadas pelo sistema neurovegetativo, tanto através de modulação endócrina via eixo hipotálamo-hipófise, quanto através da modulação e estimulação do sistema nervoso autônomo (SNA).

O hipotálamo é o grande responsável então pelas respostas ou expressões emocionais neurovegetativas, porém, já se reconhecia a importância dos estímulos, sua modulação pelo tálamo e suas memórias corticais para a formação e modulação das emoções. Desta forma, mesmo conhecendo o córtex ou as áreas corticais sensitivas, podemos afirmar que são dessas áreas que são formadas as nossas memórias sensitivas, que a partir de nossas experiências, moldarão nossas memórias e comportamentos emocionais.

Ilustração do córtex cerebral em vista superior

Tálamo

Na imagem abaixo percebemos a importância do tálamo tanto no circuito e Papèz quanto em todas as funções que requerem uma percepção ou sensação, tanto do ambiente interno quanto do externo, para a formação das memórias sensitivas e possibilitando a formação de memórias emocionais.

Imagem ilustrativa do encéfalo em vista medial ilustrando as vias talâmicos

Como podemos verificar na imagem ilustrativa acima do tálamo e das suas conexões, podemos afirmar que o tálamo é o grande receptor, modulador e distribuição das informações sensitivas para as áreas corticais, sendo, desta forma, uma importante estrutura do sistema límbico, até porque, como ainda vamos estudar, nossas emoções, tanto sensações quanto expressões, são dependentes dos nossos sentidos e experiências sensitivas.