SISTEMA LINFÁTICO

Sistema paralelo ao circulatório, constituído por uma vasta rede de vasos semelhantes às veias (vasos linfáticos), que se distribuem por todo o corpo e recolhem o líquido tissular que não retornou aos capilares sanguíneos, filtrando-o e reconduzindo-o à circulação sanguínea.

Os vasos do sistema linfático interagem com três sistemas fisiológicos: cardiovascular, digestório e imune. É constituído pela linfa, vasos e órgãos linfáticos.

Funções:

-Devolver fluidos e proteínas filtrados para fora dos capilares para o sistema circulatório;

-Transportar as gorduras absorvidas no intestino delgado (quilomicrons) e transferir para o sistema circulatório;

-Filtrar para auxiliar na captura e destruição de patógenos externos.

O sistema linfático é estruturado para o transporte do fluido intersticial dos tecidos para dentro da circulação.

A cada 24h o coração bombeia 8.400L de sangue. Dos 20L que filtram os capilares para os tecidos, cerca de 16 a 18L retornam a circulação através da reabsorção capilar, deixando 2 a 4L retornarem pelo sistema linfático.

Quando fluido tissular escapa dos capilares sanguíneos, contendo  proteínas plasmáticas são retirados pelas capilares linfáticos. A rede de vasos linfáticos devolve fluido para a circulação por meio de conexões com grandes veias. O fluxo é unidirecional, (para fora dos tecidos, na direção das veias).

Estrutura dos vasos linfáticos 

Os capilares linfáticos são compostos por uma camada única de endotélio achatado, mais fino do que o sanguíneo. Fendas grandes entre as células, permitem que fluidos, proteínas intersticiais e partículas importantes como as bactérias, sejam removidos para dentro do capilar linfático pela ação do volume do fluxo. Uma vez dentro do sistema linfático, o fluido é denominado LINFA.

Os capilares linfáticos estão presentes em quase todos os tecidos do corpo. Capilares mais finos vão se unindo em vasos linfáticos maiores, que terminam em dois grandes dutos principais: o duto torácico (recebe a linfa procedente da parte inferior do corpo, do lado esquerdo da cabeça, do braço esquerdo e de partes do tórax) e o duto linfático (recebe a linfa procedente do lado direito da cabeça, do braço direito e de parte do tórax), que desembocam em veias próximas ao coração.

Linfa: líquido que circula pelos vasos linfáticos. Sua composição é semelhante à do sangue, mas não possui hemácias, apesar de conter glóbulos brancos dos quais 99% são linfócitos.  No sangue os linfócitos representam cerca de 50% do total de glóbulos brancos.

Órgãos linfáticos: amígdalas (tonsilas), adenóides, baço, linfonodos ( nódulos linfáticos) e timo (tecido conjuntivo reticular linfóide: rico em linfócitos).

Amígdalas (tonsilas palatinas): produzem linfócitos.

Timo: órgão linfático mais desenvolvido no  período pré-natal, involui desde o nascimento até a puberdade.

Linfonodos ou nódulos linfáticos:

Órgãos linfáticos mais numerosos do organismo, cuja função é a de filtrar a linfa e eliminar corpos estranhos que ela possa conter, como vírus e bactérias. Nele ocorrem linfócitos, macrófagos e plasmócitos. A proliferação dessas células provocada pela presença de bactérias ou substâncias/organismos estranhos determina o aumento do tamanho dos gânglios, que se tornam dolorosos, formando a íngua.

Os linfócitos são produzidos e amadurecem na polpa branca. A polpa vermelha contém outros leucócitos (fagócitos) que ingerem o material indesejado (p.ex., bactérias ou células defeituosas) do sangue circulante.

Baço

O baço produz, controla, armazena e destrói células sangüíneas. Trata-se de um órgão esponjoso, macio e de cor púrpura, quase do tamanho de um punho e localizado na região superior esquerda da cavidade abdominal, logo abaixo das costelas. O baço funciona como dois órgãos. A polpa branca faz parte do sistema de defesa (sistema imune) e a polpa vermelha remove os materiais inúteis do sangue (p.ex., eritrócitos defeituosos). Certos leucócitos (linfócitos) produzem anticorpos protetores e têm um papel importante no combate às infecções.

A polpa vermelha controla os eritrócitos, determina quais são anormais ou velhos demais ou lesados e não funcionam adequadamente, e os destrói. Consequentemente, a polpa vermelha é algumas vezes denominada cemitério de eritrócitos.

A polpa vermelha também serve como depósito de elementos do sangue, especialmente de leucócitos e plaquetas (partículas semelhantes a células e que estão envolvidas no processo de coagulação). Em muitos animais, a polpa vermelha libera esses elementos do sangue na circulação sanguínea quando o organismo necessita deles, mas, nos seres humanos, essa liberação não representa uma função importante do baço.

Quando é realizada uma esplenectomia (remoção cirúrgica do baço), o corpo perde parte da sua capacidade de produzir anticorpos protetores e de remover bactérias indesejáveis do sangue. Consequentemente, a capacidade do corpo de combater as infecções é reduzida. Após um breve período, outros órgãos (principalmente o fígado) aumentam sua capacidade de combate às infecções para compensar essa perda e, por essa razão, o risco de infecção não dura toda a vida.

TIMO

Imagem ilustrativa do Timo e sua topografia

A função do timo é promover a maturação dos linfócitos T que vieram da medula óssea. Os linfócitos lá encontrados podem também ser denominados timócitos e são linfócitos em vários estágios diferentes de maturação.

Precursores já compromissados com a linhagem de células T provêm da medula óssea e entram no timo por veias. Os mais imaturos não expressam receptores para antígenos na sua superfície. Estas células “migram” do córtex em direção à medula do timo começando a expressar tais receptores e deixam o órgão como células maduras indo para tecidos linfóides secundários, onde se tornam ativos para a resposta imune. Outra função importante do timo é a produção de fatores de desenvolvimento e proliferação de linfócitos T como, por exemplo, a timosina alfa.