O que é a amebíase?

Em primeiro lugar, vamos defini-la. A amebíase é uma infecção do intestino causada pelo parasita Entoamoeba histolytica, um protozoário que como o próprio nome diz lisa o tecido. Esse parasita é uma ameba cuja locomoção se dá via pseudópodes. Ele pertence à família Endamoebidae, como as dos gêneros Entamoeba, Iodamoeba e Endolimax, são parasitas
comuns de nossa espécie e têm como característica o tamanho diminuto e capacidade de formar cistos.

Ilustração de amebíase

Ciclo biológico da amebíase

Ao ingerir cistos do parasita, principalmente por água ou alimentos contaminados, o humano é infectado e o período de incubação varia entre 2 a 4 semanas. Como estão em sua forma de resistência (cistos), eles passam pelo estômago e seguem para o final do intestino delgado, onde ocorrerá o desencistamento.

Com a saída da ameba, elas ficam na sua forma de trofozoítos e seguem pro intestino grosso. Aqui, se a microbiota estiver saudável os trofozoítos ficam na luz intestinal, sem levar a nenhum sintoma ou sintomas brandos, até virarem cistos novamente e serem eliminados através das fezes desse hospedeiro, para contaminar o ambiente e continuar o ciclo. Mas caso haja algum desequilíbrio no hospedeiro, os trofozoítos se aderem à mucosa do intestino grosso causando úlceras, e podendo cair na corrente sanguínea e atingir outros órgãos, tornando esse caso sintomáticos.

Logo, seu mecanismo de infecção é passivo oral, já que depende da ingestão de cistos.

Ciclo da amebíase

Patogenia e manifestações clínicas da amebíase

Quando os cistos eclodem no intestino delgado e migram para o grosso acontece uma sequência invasiva, os trofozoítos ficam se multiplicando e vivendo ali. Se ocorre alteração da microbiota intestinal (pode ser por utilização de antibióticos e imunossupressores), eles passam a fagocitar bactérias, com isso, liberam enzimas hialuronidases que lisam as mucosas do intestino, causando lesões e úlceras.

Nesse ponto, eles adentram a submucosa e se alimentam de hemácias e células mortas, desencadeando uma reação imunológica, e assim, liberam histamina e prostaglandinas. Então, o SNA aumenta a motilidade do intestino, levando a diarreia com sangue, cólica e febre.

Logo, as manifestações da clínica são: disenteria (diarreia com sangue), tenesmo com diarreia intervalada, flatulência, cólica, leucocitose, constipação e, em alguns casos, colite (inflamação do cólon).

Em casos muito raros pode acontecer desse parasito cair na corrente sanguínea e atingir o fígado pelo sistema porta hepático, ou outros órgãos. O diagnóstico breve nestes casos é muitíssimo importante, uma vez que, este quadro clínico, pode levar o paciente a morte.

Diagnóstico da amebíase

O diagnóstico da amebíase é feito pelo exame de fezes, pela excreção das formas biológicas do parasita nelas. Porém, em alguns casos crônicos sintomáticos é possível fazer a biopsia do cólon em busca de lesões do tipo botão de camisa ou gargalo de garrafa.

Epidemiologia da amebíase

Essa doença está muito associada a lugares com condições precárias de saneamento básico, já que sua contaminação se dá pela ingestão dos cistos eliminados nas fezes da pessoa adoecida. Logo, portadores assintomáticos são os principais contaminantes de alimentos. Além disso, a higienização não adequada dos alimentos e água, podem causar a doença. Vale pontuar que a resistência dos cistos é muito grande: podem viver cerca de 30 dias na água, e 12 em fezes frescas.

A região amazônica tem uma prevalência da forma mais grave da doença, os abscessos hepáticos. Ademais, o México é um dos países endêmicos para essa doença.

Profilaxia

A educação sanitária, tratamento de pacientes contaminados, tratamento água e esgoto, lavagem correta alimentos, e estudo epidemiológico local são sugestões para a prevenção da doença.

Tratamento

O tratamento da parasitose descrita acima é feita com fármacos antimicrobianos prescritos por um médico.