Introdução:
Neste post abordaremos aspectos anatômicos morfológicos e funcionais referentes a anatomia palpatória de estruturas da coxa, mais especificamente, estruturas ósseas palpáveis da epífise proximal do fêmur além da palpação dos principais músculos da região da coxa.
Anatomia palpatória do fêmur (epífise proximal) e músculos da coxa / quadril
- Trocânter maior
Técnica: Com o paciente em pé e o terapeuta atrás do mesmo, deverá colocar seupolegar sobre EIPS, indicador na crista ilíaca, dorsalmente à EIAS, o 5° dedo traçará uma linha imaginária vertical a partir da crista ilíaca, e cairá sobre a borda superior do trocânter maior.
OBS: Em decúbito lateral, o trocânter maior produz naturalmente uma saliência na parte lateral do quadril.
- Músculo Glúteo máximo
Técnica: Com o paciente em DV e joelho flexionado, o terapeuta irá posicionar uma de suas mãos na região posterior da crista ilíaca para fixar o quadril e a outra posicionada distal mente na região posterior da coxa do paciente, o terapeuta resistirá o movimento de extensão de quadril, para visualizar e palpar a grande massa muscular do glúteo máximo.
- Músculo Glúteo médio
Técnica: Paciente em DL, e o terapeuta deverá imaginar uma linha vertical unindo a crista ilíaca ao trocânter maior do fêmur. Com uma de suas mãos posicionada no terço distal e lateral da coxa do paciente, resistira à abdução do quadril. Com as polpas dos dedos da sua mão cefálica posicionadas na borda superior do trocânter maior, sentirá a contração do músculo glúteo médio.
- Músculo Piriforme (palpação indireta)
Técnica: Paciente em DV, com o joelho homolateral à palpação flexionado. O terapeuta colocará a polpa dos dedos de uma de suas mãos no ponto médio de uma linha imaginária que une a região posterior do trocânter maior com o sacro (nível S2-S3). Com a sua outra mão posicionada no tornozelo do paciente e resistirá a rotação lateral do quadril. O terapeuta deverá então, aprofundar a palpação para sentirir a tensão do músculo piriforme.
- Músculo semitendinoso
Técnica: Paciente em DV, com o joelho flexionado. O terapeuta resistirá, com uma de suas mãos posicionada no tornozelo do paciente, à flexão de joelho combinada com a rotação medial da tíbia. Com a polpa dos dedos de sua outra mão, palpará, inicialmente, o tendão, mais medial, que se tornará mais saliente na região posterior (terço distal da coxa): é o tendão do semitendinoso. O terapeuta acompanhará esse tendão, em sentido cefálico, até o terço médio da coxa, para nessa região deslocar seus dedos lateralmente e palpar a porção carnosa do músculo.
- Músculo semimembranoso
Técnica: Paciente em DV, com o joelho flexionado. O terapeuta deverá iniciar a palpação localizando o tendão distal do músculo semitendinoso (atrás do joelho, é o tendão mais saliente da região póstero medial da coxa). Com as polpas do 2° e 3° dedos de uma de suas mãos, palpará a “cavalo”, o tendão do semitendinoso. Com sua outra mão localizada no tornozelo do paciente, resistirá a flexão de joelho combinada a rotação medial da tíbia. As polpas dos dedos sentirão a tensão da porção muscular do semimembranoso, que se encontra descoberta do semitendíneo nessa região.
- Músculo bíceps femural
Técnica: Paciente em DV, com o joelho flexionado. O terapeuta resistirá, com sua mão caudal posicionada no tornozelo do paciente, à flexão de joelho combinada com a rotação lateral da tíbia. Em seguida, visualizará o tendão que ficará proeminente no lado lateral da região posterior e distal da coxa. Inicialmente palpará o tendão; deslocará os seus dedos, cranial para palpar a porção longa do bíceps no terço médio.
- Músculo tensor da fáscia lata
Técnica: Paciente em DL, com a articulação coxofemoral ligeiramente flexionada. Com terapeuta atrás do paciente, traçará uma linha imaginária entre a EIAS e a borda anterior do trocanter maior; colocará as polpas de seus dedos no ponto médio dessa linha. Sua mão caudal irá segurar em “berço”, o membro inferior do paciente, para resistir aos movimentos simultâneos de flexão, abdução e rotação medial da coxa; As polpas dos dedos do terapeuta identificarão o tendão do TFL e a tensão da porção carnosa.
- Músculo sartório
Técnica: Paciente sentado com as pernas pendentes. Terapeuta agachado de frente para o paciente, com sua mão contralateral a palpação, posicionada na face lateral do joelho do paciente para resistir a flexão e abdução de CF; Simultaneamente o paciente realizará a flexão do joelho e a rotação medial da tíbia, empurrando sua perna contra a maca; Com as polpas dos dedos da sua mão homolateral, o terapeuta palpará o músculo sartório, que ficará bem pronunciado com os movimentos descritos.
- Músculo reto femural
Técnica 1: Paciente em DD. Inicialmente, o terapeuta deverá visualizar a fossa crural (está localizada entre as origens do tensor da fáscia lata e do sartório, aproximadamente a três dedos transversais abaixo da EIAS).
O terapeuta colocará a polpa dos dedos de sua mão cefálica na fossa crural para sentir o tendão retilíneo do músculo reto femural; Com sua outra mão, localizada na região anterior do tornozelo do paciente, resistira a flexão de coxofemoral com o joelho estendido. O ventre muscular do músculo reto femural ficará bem evidente na região anterior da coxa e o tendão poderá ser palpado na fossa crural.
Técnica 2: Paciente em pé. O terapeuta ficará na frente do paciente e solicitará que o mesmo incline ligeiramente o tronco à frente e eleve o pé do chão, e poderá visualizar a fossa crural e palpá-la com a polpa de seus dedos, para sentir o tendão do reto femoral.
- Músculo iliopsoas
Técnica (via abdominal): paciente em DD, com joelhos flexionados e pés apoiados na maca. O terapeuta posicionará a polpa dos dedos da sua mão cefálica da seguinte maneira:
– polegar na EIAS;
– 4°, próximo ao umbigo;
– o 2° dedo cairá equidistante aos dedos precedentes e aprofundará a palpação;
Com sua mão caudal o terapeuta irá resistir o movimento de flexão de CF e perceberá um aumento de tensão sobre a região devido a tensão do músculo íliopsoas.
- Músculos adutores (palpação global)
Técnica: Paciente emDD, com joelho flexionado e pé apoiado na maca.
O terapeuta resistirá a adução de coxo femoral com uma de suas mãos, localizada na face medial do joelho do paciente; o grupo adutor fica bem saliente na face medial da coxa do paciente.