Anatomia Palpatória: Mão, punho e dedos

Introdução:

Neste post, abordamos aspectos anatômicos morfológicos e funcionais do complexo mão – punho (carpo) – dedos através de conteúdos voltados para anatomia palpatória, possibilitando possíveis correlações clínicas a partir do conhecimento estático e dinâmico de tais estruturas.

Anatomia palpatória da mão

Dica:

As três pregas cutâneas localizadas na região anterior do punho servirão como referências palpatórias para a localização das estruturas da região.

A prega distal corresponde a articulação intercárpica, já a intermediária corresponde ao processo estilóide do rádio e a articulação rádio cárpica (articulação do punho) e a prega proximal corresponde a cabeça da ulna.

Porém nem sempre estarão presentes as três pregas ou as vezes não estarão muito nítidas, mas quando bem visualizadas contribuem bastante para as técnicas de palpação da região.     

Palpação global – ossos do carpo

Técnica: Paciente sentado, com antebraço supinado e apoiado sobre maca.  O terapeuta poderá usar como referência a prega palmar intermediária do punho, e   a partir desse ponto, deverá posicionar as regiões palmares de seu 2° e 3° dedos sobre a mesma, de forma que os dedos fiquem paralelos a prega. Dessa forma, o 2° dedo estará posicionado sobre a fileira proximal dos ossos do carpo e o 3° sobre a fileira distal.

  • Pisiforme (4° osso da fileira proximal do carpo)

Técnica: Paciente sentado, com antebraço supinado e apoiado sobre maca.  O terapeuta poderá usar como referência o tendão do músculo flexor ulnar do carpo, pois o mesmo se insere no osso pisiforme. Para identificar tal tendão, o terapeuta deverá oferecer resistência para o movimento de flexão de punho, e o mesmo poderá ser visualizado na região anterior e medial do punho. A partir dessa estrutura, basta o terapeuta deslizar a polpa de seu dedo no sentido distal, até perceber uma proeminência óssea, que corresponderá ao osso pisiforme.   

  • Escafóide (1º osso da fileira proximal do carpo)

Técnica – abordagem lateral: Paciente sentado, com antebraço pronado e apoiado sobre maca.  O terapeuta poderá usar como referência a região da tabaqueira anatômica, pois seu assoalho é ocupado proximalmente pelo escafóide. Após a identificação de tal região, o terapeuta deverá posicionar a polpa de seu dedo indicador, na depressão situada, logo abaixo do processo estilóide do rádio e entre os tendões dos músculos extensor longo e curto do polegar. Posteriormente, o terapeuta deverá deslizar discretamente seu dedo em sentido distal e com a outra mão, realizar um desvio ulnar do punho do paciente, para que a face lateral do escafóide entre em contato com o dedo indicador do terapeuta.       

Técnica – abordagem anterior (1ª opção): Paciente sentado, com antebraço supinado. O terapeuta deverá realizar uma extensão passiva do punho do paciente para que a face anterior do escafoide fique proeminente e possa ser visualizada facilmente como uma convexidade situada na região ântero-lateral do punho (lateralmente, sobre a prega de palmar distal do punho).

Técnica – abordagem anterior (2ª opção): Paciente sentado, com antebraço supinado. O terapeuta deverá posicionar a articulação interfalangeana de seu primeiro dedo, sobre o pisiforme do paciente, onde seu dedo fique alinhado de forma paralela a prega palmar cutânea distal do punho do paciente. A partir dessa posição, o terapeuta deverá realizar uma flexão da articulação interfalangeana de seu primeiro dedo, que levará a polpa desse dedo entrar em contato com o osso escafoide.     

  • Tendão do músculo abdutor longo do polegar

Técnica: Com o punho em posição neutra, o terapeuta resistirá ao movimento de abdução do polegar (que ficará a 90° em relação a palma da mão). Com a outra mão posicionará as polpas de seus dedos no lado radial do 1° metacarpo, para palpar o tendão do músculo abdutor longo do polegar. Para melhor visualiza-lo o terapeuta poderá solicitar que o paciente realize um desvio radial do punho resistido.

Obs: o tendão do abdutor longo do polegar situa-se ventralmente em relação ao extensor curto do polegar.

  • Tendão do músculo extensor curto do polegar

Devido à proximidade entre os tendões do músculo extensor curto do polegar e abdutor longo do polegar, torna-se difícil a diferenciação palpatória entre esses tendões.  

Técnica: o tendão do extensor curto do polegar localiza-se em uma posição mais dorsal em relação ao tendão do abdutor longo do polegar. E para identifica-lo basta o terapeuta resistir ao movimento de extensão do polegar e identifica-lo logo atrás do tendão do músculo abdutor longo do polegar. 

Obs: o tendão do extensor curto do polegar forma o limite radial da tabaqueira anatômica.

  • Tendão do músculo extensor longo do polegar

Técnica: com o punho do paciente em posição neutra e a palma da mão apoiada sobre a maca, basta o terapeuta solicitar ao paciente que realize a extensão do polegar (leve o polegar para trás do plano da mão), para que o tendão do músculo extensor longo do polegar fique evidente na parte póstero-lateral do punho, formando a borda ulnar da tabaqueira anatômica.