Introdução:
A artéria vertebral nada mais é do que um ramo ascendente da artéria subclávia, de cada um dos lados, e que sobe na coluna vertebral cervical através dos forames transversos das vértebras cervicais para, juntamente com as artérias carótidas, irrigar as estruturas da cabeça. Assim que as artérias vertebrais passam pelos forames transversos do Atlas (C1), as mesmas entram na calota craniana pela base do crânio através dos canais condilares, para então, na parte interna da base do crânio, se juntarem e darem origem a artéria basilar. Por esse motivo, muitos autores denominam a artéria vertebral como artéria vértebro-basilar.
Funções das artérias vertebrais:
As artérias vertebrais, ao chegarem a base do crânio internamente, se fundem dando origem a artéria basilar. Desta forma, juntamente com as artérias carótidas internas, a artéria basilar é responsável por irrigar o polígono de wíllis, responsável pela oxigenação e nutrição das estruturas encefálicas. (mais conteúdo de polígono de wíllis em: https://youtu.be/4236l0P8E60
Como a artéria vertebral passa pelos forames transversos das vértebras cervicais, a mesma estabelece uma relação extremamente íntima com essa região da coluna. Sabe-se que a coluna cervical possui, em comparação com os demais segmentos, bastante amplitude articular para os movimentos de rotação. Desta forma, é necessário que se tenha uma artéria vertebral saudável (elástica, resistente e flexível), para que durante os movimentos de maior amplitude, não haja interrupção ou diminuição de fluxo sanguíneo no vaso, podendo gerar hipóxia nas áreas irrigadas pela mesma (síndrome vértebro-basilar).
Regiões encefálicas irrigadas pela artéria vertebral:
Como pode ser notado na imagem acima, as artérias vertebrais, após se fundirem, vão dar origem a artéria basilar, que por sua vez vai ser a grande responsável pela irrigação das estruturas que compõem o tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo), além do cerebelo e de algumas regiões corticais relacionadas ao sistema límbico, com o giro do cíngulo.
A artéria basilar passa pelo sulco basilar da ponte terminando anteriormente onde se bifurca para formar as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda. A artéria basilar dá origem, ainda, as artérias cerebrais posteriores, e às seguintes artérias:
- cerebelar superior;
- cerebelar inferior anterior;
- artéria do labirinto.
Desta forma, a artéria basilar supre as áreas do encéfalo ao redor do tronco encefálico e cerebelo. O sistema vértebro-basilar e seus ramos são frequentemente referidos clinicamente como a circulação posterior do encéfalo.
Principais ramificações e anastomoses do polígono de Wíllis:
Esquema vascular do polígono de Wíllis
Síndrome vértebro-basilar:
Uma síndrome, nada mais é, do que um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam alguma lesão. Desta forma, a síndrome vértebro-basilar é o conjunto de sinais e sintomas característicos de lesão ou alteração das artérias vertebrais, gerando hipóxia ou isquemia nas regiões irrigadas pela mesma.
A síndrome então vai estar sempre associada a função das estruturas que vão deixar de ser irrigadas temporariamente ou definitivamente, e ainda, parcialmente ou totalmente, o que vai ser extremamente importante para definir a intensidade dos sinais e sintomas, assim como sua duração e prognóstico para o paciente,
São sinais e sintomas da síndrome vértebro-basilar:
- Náuseas
- Sensação de desmaio
- Nistagmo (movimento involuntário oscilatório e/ou rotatório do globo ocular)
- Tontura
- Visão turva
- Dor de nuca
- Dores irradiadas aos ombros ou ao braço
Os tratamentos para a síndrome vértebro-basilar visam a desobstrução das artérias vertebrais através de mobilizações cervicais, liberação miofascial, dentre outras técnicas utilizadas pela fisioterapia como recurso terapêutico manual.