Biomecânica da cintura pélvica

Ossos e articulações

            A cintura pélvica é formada pelos ossos ilíacos, pelo sacro e pelo cóccix, e tem como articulações principais, as articulações sacro-ilíacas, coxofemorais, lombo-sacral, sacrococcígea e a sínfise púbica. Os ossos ilíacos ainda podem ser divididos em ílio (porção superior), ísquio (porção inferior e posterior) e púbis (porção inferior e anterior). 

Estruturas palpáveis

            É de fundamental importância que o fisioterapeuta domine a anatomia palpatória, conhecendo e identificando os principais postos anatômicos palpáveis. A partir do princípio de palpação pode-se conhecer a anatomia de cada paciente e através do método de comparação, fazer uma avaliação precisa de possíveis disfunções osteomioarticulares.

            As principais estruturas palpáveis da cintura pélvica são:

            – Espinha ilíaca ântero superior

            – Espinha ilíaca ântero inferior

            – Espinha ilíaca póstero superior

            – Espinha ilíaca póstero inferior

            – Sínfise púbica

            – Cristas ilíacas

            – Sacro

            – Cóccix

            – Articulações sacro-ilíacas

Movimentos da cintura pélvica

            Os movimentos na articulação sacro-ilíaca são muito pequenos, tendo como média 4º de movimento, podendo variar de 2º à 8º. Apesar da pequena amplitude dos movimentos da articulação sacro-ilíaca, eles têm grande importância funcional, pois sabe-se que a cintura pélvica representa o centro de gravidade do corpo o é nela que ocorre a dissipação de todas as forças sofridas pelo corpo. Assim, pequenas alterações na biomecânica da cintura pélvica podem trazer alterações importantes em várias regiões do corpo através do mecanismo de compensação, tendo seus principais reflexos na coluna vertebral.

– Nutação do sacro (flexão sacral)

– Contra-nutação do sacro (extensão sacral)

– Rotação anterior do ilíaco

– Rotação posterior do ilíaco

– Abertura dos ilíacos

– Fechamento dos ilíacos

– Elevação ilíaca

– Depressão ilíaca

Músculos principais

Músculo Íliopsoas: Tem suas inserções proximais nas vértebras lombares e crista ilíaca, fossa ilíaca, e inserções distais no trocânter menor. Sua principal função é flexão coxofemoral, porém, quando o ponto fixo é o fêmur (trocânter menor), ele realiza rotação anterior do ilíaco.

– Músculos Ísquios-tibiais: Corresponde ao grupo muscular (bíceps da coxa, semimembranoso e semitendinoso) que tem sua inserção proximal na tuberosidade isquiática e sua inserção distal na cabeça da fíbula e tíbia, sendo responsáveis pelo movimento de flexão do joelho, mas quando o ponto fixo esta no joelho eles realizam rotação posterior do ilíaco.

Imagem ilustrativa da musculatura ísquio tibial

– Músculo Reto abdominal: Tem sua inserção proximal nas últimas costelas e esterno e suas inserções distais na sínfise púbica. Sua principal função é flexão de tronco, mas quando o ponto fixo está nas costelas e esterno ele vai ser um poderoso rotador posterior do ilíaco.

Imagem ilustrativa do músculo reto abdominal

– Músculo Reto femural: Tem sua inserção proximal na espinha ilíaca ântero inferior e sua inserção distal no tendão quadríciptal. Trata-se de um importante extensor do joelho, porém quando o ponto fixo possa a ser sua inserção distal, ele realiza rotação anterior do ilíaco.

Imagem ilustrativa do músculo reto femoral

– Músculo Quadrado lombar: Tem sua inserção proximal na 12º vértebra e nos processos transversos das quatro primeiras vértebras lombares, e sua inserção distal na crista ilíaca. Sua principal função é inclinação lateral de tronco, porém, quando seu ponto fixo está em sua inserção superior, passa a realizar elevação do ilíaco.

– Músculo Piriforme: Tem sua inserção medial na face anterior do sacro e inserção lateral no trocânter maior do fêmur, sendo um importante rotador lateral da coxofemoral. Porém, quando o ponto fixo passa a ser sua inserção lateral, o piriforme pode realizar uma rotação no sacro, desalinhando a biomecânica da articulação sacro-ilíaca.

– Músculo Sartório: Tem sua inserção proximal na espinha ilíaca ântero superior e sua inserção distal na tuberosidade da tíbia, sendo responsável pelos movimentos de flexão, rotação externa e adução da coxofemoral, mas quando seu ponto fixo passa a ser sua inserção distal ele realiza rotação anterior do ilíaco. 

Imagem ilustrativa do músculo sartório