Biomecânica da coluna vertebral

– Divisões da coluna vertebral

             A coluna vertebral é o eixo central do corpo, e principal responsável pelas dissipações de forças do corpo humano. É dividida em três segmentos: cervical (superior, com sete vértebras), torácico (intermediário, com doze vértebras) e lombar (inferior, com cinco vértebras).

Imagens ilustrativas da coluna vertebral

Estruturas da coluna vertebral

– Vértebras: as vértebras típicas são formadas praticamente por dois pilares; um pilar anterior considerado fixo, composto pelo corpo vertebral, e um pilar posterior, considerado móvel, composto pelo processo espinhoso, processo transverso, lâminas, pedículos e facetas articulares.

Discos interverterias: são formados por uma parte central denominada núcleo pulposo, composta 88% de água misturado a proteínas; e por uma parte periférica formada por anéis fibrosos que dão sustentação e limitam os movimentos do núcleo pulposo.

Imagem ilustrativa do disco intervertebral

A imagem abaixo ilustra a relação entre os discos intervertebrais com as vértebras correspondentes, suas principais estruturas, e as relações estabelecidas durante os diferentes movimentos da coluna vertebral a que são expostos.

Crédito: Kapandji

Funcionamento dos discos intervertebrais:

Crédito: Kapandji

Principais tensões sofridas pelos discos intervertebrais

Imagem ilustrativa das tensões nos discos intervertebrais durante os movimentos de flexão e extensão da coluna

Ligamentos: os principais ligamentos que dão a sustentação adequada a coluna vertebral são: ligamento longitudinal anterior, ligamento longitudinal posterior, ligamento amarelo, ligamento interespinhoso, ligamento intertransverso, e os ligamentos interapofisários.

– Músculos: os principais músculos que atuam na estabilização da coluna são os paravertebrais, considerados músculos estáticos.

– Principais características dos segmentos vertebrais

            – Lombares: possuem corpo maior (para poder sustentar mais peso), processo espinhoso curto e achatado com direcionamento horizontal, facetas articulares verticalizadas.

            – Torácicos: corpo de tamanho intermediário entre as lombares e cervicais, processo espinhoso comprido e fino com direcionamento oblíquo, facetas articulares oblíquas e processos transversos compridos.

            – Cervicais (C2 à C7): corpo vertebral pequeno (sustenta somente o peso da cabeça), processo espinhoso curto e “bifurcado” com direcionamento horizontal, facetas articulares horizontalizadas e processos transversos curtos com presença de forame transverso.

            – Atlas (C1): não possui corpo, processo transverso curto e com presença de forame transverso, processo espinhoso “curto”, presença de fóvea articular para o dente do axis (C2), e facetas articulares completamente horizontais.

            – Axis (C2): corpo pequeno, processo odontóide sobre o corpo e articulando com o atlas, processo transverso curto com presença de forame transverso, processo espinhoso curto e “bifurcado”.

– Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral

            Considerada em conjunto, a coluna vertebral é retilínea quando vista de frente ou de costas. Contudo, em algumas pessoas pode-se encontrar uma curvatura transversal, sem que, por isso, possa afirmar que essa seja uma curvatura patológica, desde que permaneça dentro de limites estreitos.

            Ao contrário disso, no plano sagital a coluna vertebral apresenta quatro curvaturas consideradas curvaturas fisiológicas, que são, de baixo para cima:

            – Curvatura sacral: concavidade anterior

            – Lordose lombar: concavidade posterior

            – Cifose torácica: concavidade anterior

            – Lordose cervical: concavidade posterior

Crédito: Kapandji

Quando o indivíduo está em equilíbrio normal, na posição de pé, a parte posterior do crânio, as costas e os glúteos devem ser tangentes a um plano vertical; por exemplo, uma parede.

            A presença de curvaturas na coluna vertebral aumenta a sua resistência aos esforços de compressão axial. Engenheiros puderam provar que a resistência de uma coluna com curvatura é igual ao quadrado do número de curvaturas mais um. Sendo assim, pode-se saber que a coluna do ser humano com suas três curvaturas fisiológicas possui dez vezes mais resistência do que uma coluna retilínea. Isso se dá pela dissipação de forças que ocorre nas curvaturas fisiológicas.

Movimentos e graus de movimentos dos segmentos da coluna

            – Amplitudes globais de flexão e extensão:

Flexão da coluna lombar: 60º

Extensão da coluna lombar: 35º

Flexão da coluna torácica: 45º

Extensão da coluna torácica: 25º

Flexão do conjunto dorsolombar: 105º

Extensão do conjunto dorsolombar: 60º

Flexão da coluna cervical: 40º

Extensão na coluna cervical: 75º

Flexão total da coluna vertebral: 110º

Extensão total da coluna vertebral: 140º

Crédito: Kapandji

– Amplitudes globais de flexão lateral

Flexão lateral de coluna lombar: 20º

Flexão lateral de coluna torácica: 20º

Flexão lateral de coluna cervical: 35º à 40º

Flexão lateral total da coluna: 75º à 80º

Crédito: Kapandji

– Amplitudes globais de rotação axial

Rotação axial da coluna lombar: 5º

Rotação axial da coluna torácica: 35º

Rotação axial da coluna cervical: 45º à 50º

Rotação axial total da coluna: aproximadamente 90º do atlas ao sacro