Características das vértebras
Introdução:
A coluna vertebral é formada por um conjunto de ossos empilhados, denominados vértebras. De forma geral, a coluna vertebral possui três grandes funções no sistema esquelético, que são:
- Sustentação e estruturação do tronco e caixa torácica;
- Proteção da medula espinhal que passa nos forames vertebrais;
- Dissipação de forças ascendentes e descendentes no corpo (função biomecânica).
A coluna vertebral pode ser dividida em cinco segmentos, sendo destes, três segmentos móveis, que são os superiores (cervical, torácico e lombar) e dois segmentos fixos inferiormente (sacro e cóccix).
Os segmentos móveis são assim classificados por possuírem movimentos entre cada uma de suas vértebras em relação a sua superior e a inferior, através das articulações apofisárias e também através da articulação entre seus corpos, feita pelos discos intervertebrais.
Curvaturas Fisiológicas da coluna vertebral
As curvaturas fisiológicas da coluna vertebral permitem com que haja dissipação das forças ascendentes e descendentes que chegam ao tronco e consequentemente na coluna vertebral. Podem ser classificadas como lordoses ou cifoses e são curvaturas que são observadas em perfil, pois qualquer curvatura em vista antero-posterior é classificada como patológica é denominada escoliose, que pode variar de classificação de acordo com seu ângulo, gerando mais ou menos comprometimento funcional.
- Lordoses: correspondem as curvaturas da coluna vertebral com a concavidade posterior. Estão presentes nos segmentos cervical e lombar, que representam os segmentos mais móveis da coluna;
- Cofoses: correspondem as curvaturas de concavidade anterior, localizadas nos segmentos torácicos e sacral. São regiões menos móveis pois participam da proteção de vísceras através da caixa torácica (coluna torácica) e da cavidade pélvica (sacro).
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Nomenclatura das vértebras
As vértebras são denominadas pela inicial do segmento ao qual compõem seguido pelo número que a representa, respeitando uma contagem crânio-caudal.
Desta forma, como temos 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais (mesmo que fundidas são contadas separadamente) e 4 vértebras coccígeas (mesmo que fundidas e atrofiadas por desuso são contadas separadamente), totalizando então 33 vértebras na coluna vertebral, são denominadas da seguinte forma:
- Cervicais: C1 (Atlas), C2 (Áxis), C3, C4, C5, C6 e C7
- Torácicas: T1, T2, T3, T4, T5, T6, T7, T8, T9, T10, T11 e T12
- Lombares: L1, L2, L3, L4 3 L5
- Sacro: S1, S2, S3, S4 e S5
- Cóccix: não recebe nomenclatura específica
Classificações das vértebras
As vértebras que compõem os segmentos móveis da coluna vertebral (cervicais, torácicas e lombares) podem ser classificadas, morfologicamente, em vértebras típicas e vértebras atípicas.
São consideradas vértebras típicas aquelas que não possuem nenhuma característica exclusiva que a diferencie de todas as demais, independentemente de tamanho e formato de seus acidentes ósseos, que veremos em características das vértebras.
Já as vértebras atípicas são aquelas que possuem alguma característica que a diferencie de qualquer outra vértebra, de qualquer segmento da coluna vertebral. Desta forma, possuímos apenas duas vértebras atípicas, C1 e C2, denominadas respectivamente, Atlas e Áxis, que são as grandes responsáveis pela amplitude grande de rotação da coluna cervical comparado aos demais segmentos.
Vértebras atípicas:
São consideradas vértebras atípicas as duas primeiras vértebras cervicais, denominadas C1 – Atlas e C2 – Áxis, por possuírem características específicas que as diferencie de todas as demais.
C1 ou Atlas
A primeira vértebra cervical, denominada C1 ou Atlas, é classificada como atípica pois é a única vértebra que não possui corpo anteriormente. No lugar do corpo, possui uma fóvea para articulação com o processo odontóide do áxis (C2), que vai atuar como um pivô possibilitando grande amplitude de rotação cervical.
C2 ou Áxis
A segunda vértebra cervical, denominada C2 ou áxis, é classificada também como atípica pois é a única a possuir um processo odontóide (dente do áxis) sobre o corpo.
Esse acidente ósseo tem extrema importância biomecânica pois atua como um pivô para os movimentos de rotação do altas, favorecendo e ampliando a mobilidade de rotação na coluna cervical, tão importante para o direcionamento ocular e consequente percepção espaço temporal, tendo em vista que a visão é o nosso maior e melhor dos sentidos.
Vértebras típicas
Independentemente do tamanho ou formato de seus acidentes ósseos, como já discutido anteriormente, as vértebras cervicais típicas são aquelas que não possuem nenhuma característica exclusiva, como apresentaram o Atlas e o Áxis.
Desta forma, toda vértebra cervical típica deve apresentar os seguintes acidentes ósseos, independente de sua morfologia:
- Corpo vertebral: anteriormente, ponto de localização entre as vértebras através dos discos intervertebrais;
- Pedículos: ponto de transição entre o corpo vertebral e os processos transversos lateralmente;
- Processos transversos: proeminências ósseas laterais onde se inserem músculos e ligamentos da coluna vertebral (intertransversais);
- Lâmina: ponto de transição entre os processos transversos e o processo espinhoso, de cada um dos lados;
- Processo espinhoso: proeminência óssea posterior, ponto de inserção de ligamentos e músculos da coluna vertebral (interespinhais)
- Forame vertebral: ponto de passagem da medula espinhal pela coluna vertebral em todos os segmentos da coluna, exceto o cóccix;
- Apófises ou facetas superiores: Ponto de articulação (articulação sinovial) com a vértebra localizada logo acima;
- Apófises ou facetas inferiores: Ponto de articulação (articulação sinovial) com a vértebra localizada logo abaixo.
Vértebras cervicais típicas
São classificadas como vértebras cervicais típicas as cinco últimas vértebras cervicais (C3 a C5). Essas vértebras possuem como principal característica a presença de forames transversos lateralmente, que representam o ponto de passagem da artéria vertebral, ramo da artéria subclávia que sobe lateralmente no pescoço para compor, posteriormente, o polígono de Willis com a formação da artéria basilar.
Características das cervicais
- Presença de forames transversos (exclusivo das cervicais);
- Corpo pequeno;
- Facetas ou apófises articulares horizontais;
- Processos transversos curtos;
- Processos espinhosos curtos e bifurcados.
Características das vértebras torácicas
As vértebras torácicas possuem tamanho intermediário, tanto do corpo quanto de seus acidentes ósseos. Elas se articulam com as costelas de cada um dos lados, compondo a parte posterior da caixa torácica e, por isso, são as vértebras menos móveis da coluna vertebral, mesmo contendo maior número de ossos.
Como são as únicas que se articulam com as costelas, elas possuem uma característica específica de torácica, que é o ponto de articulação com as costelas, denominados fóveas costais (todas as torácicas possuem) e fóveas costais transversas (T1 a T10 possuem).
- Fóveas costais (exclusiva de todas as vértebras torácicas)
- Fóveas costais transversas (exclusiva das 10 primeiras torácicas)
- Corpos vertebrais intermediários
- Processo espinhoso longo, pontiagudo e oblíquo
- Facetas ou apófises oblíquas
Características das vértebras lombares
As vértebras lombares, por se localizarem na região mais inferior, são as maiores. Diferente das cervicais que possuem forames transversos e das torácicas que possuem fóveas costais, as vértebras lombares se diferenciam por critério de exclusão.
As vértebras lombares tem como características:
- Corpo vertebral grande
- Processos transversos curtos
- Processo espinhoso curto e laminar
- Facetas ou apófises articulares verticais