Diferença de Osteopenia e Osteoporose

Introdução:

Quando pensamos em estrutura óssea e saúde óssea, normalmente relacionamos a perda de massa óssea a ausência ou diminuição de cálcio como causa principal do enfraquecimento ósseo e consequente evolução para a osteoporose.

Outro fato normalmente visto é a confusão que se faz com os termos osteopenia e osteoporose. Desta forma, esse post tem como objetivo elucidar as diferenças entre os termos osteopenia e osteoporose, além de explicar como ocorre o processo de mineralização óssea e consequente rigidez óssea.

Para entendermos os processos metabólicos do tecido ósseo, devemos conhecer primeiro as células que formam a matriz óssea e suas respectivas funções. São elas: Osteoblastos, Osteoclastos e os Osteócitos.

Imagem ilustrativa da estrutura óssea

Células ósseas:

  • Osteoblastos: São as células responsáveis pela formação da matriz óssea, ou seja, são as células responsáveis pela formação do osso propriamente dito e por seus processos de remodelação. A função dos osteoblastos é ativada por processo de impactação óssea, denominado efeito “piezo elétrico”. Esse processo acontece tanto durante as impactações ósseas durante a movimentação ou descarga de peso, como ocorre na marcha, mas também em qualquer contração muscular, onde os ossos são comprimidos. Desta forma, podemos chegar a conclusão que a impactação óssea necessária para gerar estímulos aos osteoblastos e consequentemente estimular a matriz óssea não é necessariamente dependente de intensidade, mas de repetição.
  • Osteoclastos: São as células ósseas responsáveis pela cavitação óssea e consequentemente, destruição da matriz óssea. A atuação dos osteoclastos é estimulada pela ação do hormônio paratireoidiano e tem extrema importância para a liberação de cálcio na corrente sanguínea, regulando os níveis séricos de cálcio, como pode ser visto na vídeo aula sobre metabolismo de cálcio em: https://youtu.be/173ZxTuwwwI.
  • OBS: Desta forma, a regulação da densidade óssea e quantidade de matriz óssea depende diretamente da relação estável entre as atividades dos osteoblastos e dos osteoclastos. Assim, esse equilíbrio é responsável pela manutenção adequada da massa óssea.
  • Osteócitos: Corresponde a célula óssea adulta saudável. A quantidade de osteócitos é o que determina a densidade óssea e que confere rigidez aos ossos.

E a importância do cálcio para a densidade óssea?

O cálcio não é um responsável direto pela densidade óssea, pois essa função é executada pelos osteoblastos. O que acontece, é que os níveis séricos de cálcio devem ser mantidos constantemente, através da regulação feita pelos hormônios calcitonina (faz a mineralização óssea) e hormônio paratireoidiano (aumenta os níveis séricos de cálcio). Desta forma, a diminuição de cálcio no sangue estimula as glândulas paratireóideas a produzirem mais hormônios paratireoidianos, com o objetivo de estimular os osteoclastos e consequentemente, através do processo de cavitação óssea, liberar mais cálcio no sangue. A consequência deste processo é a diminuição da matriz óssea e enfraquecimento ósseo.

Imagem ilustrativa da matriz óssea e densidade óssea

Osteopenia:

Trata-se de um processo fisiológico, inerente ao envelhecimento, onde a atividade osteoclástica já é maior do que a osteoblástica, porém dentro de um limite de normalidade para uma determinada idade. Quando esse déficit for compatível com os dos demais sistemas, esse processo é denominado osteopenia e considerado um processo fisiológico do envelhecimento.

A osteopenia deve ser acompanhada por exame de mensuração de massa óssea, pois existem diferentes graus de osteopenia, variando conforme a intensidade de perda óssea do indivíduo. Normalmente se inicia por volta dos 40 anos de idade e é mais acentuada nas mulheres após o período de menopausa, por questões hormonais.

Osteoporose:

De forma resumida, a osteoporose representa uma perda de massa óssea acentuada para a idade, onde o osso se torna tão poroso a ponto de estar suscetível a fratura espontânea. A osteoporose é a evolução da osteopenia, porém em valores mais acentuados, se tratando então de um processo patológico. As fraturas espontâneas mais comuns em pacientes com osteoporose são as de costela, durante movimentos de tosse, e as fraturas de colo do fêmur, que normalmente acontecem durante os movimentos de marcha normal.

Imagem ilustrativa do colo do fêmur com e sem osteoporose (comparativa)

Fraturas espontâneas:

São consideradas fraturas espontâneas aquelas que ocorrem em decorrência de fragilidade óssea avançada e que estão relacionadas a movimentos espontâneos, ou seja, movimentos normais do dias à dia, como caminhar, tossir, se espreguiçar.

Essas fraturas são comuns em pacientes com osteoporose e representam os principais riscos para os indivíduos com esta patologia.