Introdução
Chamamos de doença de Parkinson o distúrbio neurológico causado por alteração da produção de dopamina pela substância negra do mesencéfalo, que ocorre de forma lenta e progressiva, é classificada como idiopática (sem causa previamente conhecida e correlacionada) e que, devido ao comprometimento da via extrapiramidal, gera um distúrbio de movimento característico, evolutivo e progressivo.
Quando pensamos ou falamos de Parkinsonismo ou síndromes parkinsonianas, nos referimos a síndromes (conjunto de sinais e sintomas) semelhantes aos da doença de Parkinson, porém com causa conhecida e tendo como principal diferença, não ser evolutiva. Tanto na doença de Parkinson quanto no Parkinsonismo, os pacientes apresentam os mesmos sinais e sintomas (síndrome).
Dopamina
É responsável por controlar a estimulação e os níveis do controle motor. Produzida na substância negra do mesencéfalo, a dopamina vai ter atuação no sistema nervoso central, mais específicamente, nos núcleos motores superiores das vias extrapiramidais, que estão relacionadas ao controle dos movimentos automáticos.
Em níveis baixos, como no mal de Parkinson ou doença de Parkinson, os pacientes apresentam dificuldades para a realização de movimentos automáticos como a marcha, chegando, em alguns graus, a não conseguir se mover (festinação).
Existem alguns fármacos que atuam elevando os níveis de Dopamina, que são os Medicamentos Precursores da Dopamina, que podem apresentar os seguintes mecanismos de ação;
- agonistas de receptores dopaminérgicos;
- inibidores seletivos da MAO-B(monoaminoxidase – b) ;
- inibidores da COMT (catecol-o-ometil-transferase);
- liberadores de dopamina;
- bloqueadores de sua recaptação;
- estimulantes de sua síntese.
Relevância clínica entre Parkinsonismo e Doença de Parkinson
A pesar de apresentarem as mesmas características, mesma síndrome, a grande relevância clínica para quem trata pacientes com doença de Parkinson em relação aos pacientes portadores de Parkinsonismo, é que como na doença há uma falha progressiva na secreção de dopamina pela substância negra, esses pacientes precisam ter um tratamento clínico de reposição para controlar a sintomatologia.
Já nos pacientes com Parkinsonismo, como não há falha na produção de dopamina, esses pacientes fazem um tratamento com reabilitação neurofuncional, sem a necessidade de tratamento medicamentoso.
OBS: O tratamento com reposição de dopamina ou precursores de dopamina em pacientes com parkinsonismo, além de não ajudar, com o passar do tempo, podem gerar o que chamamos de discinesias tardias, que são movimentos involuntários decorrentes do uso prolongado de medicamentos e suas consequências a longo prazo.
Causas de Parkinsonismo ou síndrome parkinsoniana
A pesar de apresentar os mesmos sinais e sintomas, nas síndromes parkinsonianas são normalmente causadas por traumas ou lesões que acometam o mesencéfalo e consequentemente a substância negra, afetando a via extrapiramidal e gerando sinais e sintomas semelhantes ao da doença.
A causa mais comum relacionada aos Parkinsonismos é o acidente vascular, isquêmico ou hemorrágico, que gere isquemia por obstrução ou ruptura dos vasos (artérias) responsáveis pela irrigação mesencefálica.
Síndrome Parkinsoniana
Tanto na doença de Parkinson quanto no Parkinsonismo, os sinais e sintomas apresentados pelos pacientes são semelhantes e bem característicos:
- Tremor de repouso: (agitação involuntária e rítmica de um membro, cabeça ou corpo inteiro). O sintoma mais reconhecido da doença de Parkinson, o tremor, muitas vezes começa com um tremor ocasional em um dedo que eventualmente se espalha para o braço todo. O tremor pode afetar apenas uma parte ou lado do corpo, especialmente nas fases iniciais da doença. Nem todo mundo com a doença de Parkinson tem tremor.
- Hipertonia plástica: Também chamada de rigidez ou inflexibilidade dos membros ou articulações – a rigidez muscular, experimentada com a doença de Parkinson, muitas vezes começa nas pernas e pescoço. A rigidez afeta a maioria das pessoas. Os músculos se tornam tensos e contraídos, e algumas pessoas podem sentir dor ou rigidez. A rigidez gerada pela síndrome gera um sinal patognomônico conhecido como sinal da roda denteada, onde há uma fragmentação do movimento durante a movimentação passiva.
- Hipocinesia: Assim como todas as síndromes extrapiramidais, a síndrome do parkinson causa alteração da velocidade de movimento, com diminuição da velocidade, também conhecida como bradicinesia corresponde a lentidão de movimentos – bradicinesia é um dos sintomas clássicos da doença de Parkinson. Ao longo do tempo, uma pessoa com Parkinson pode desenvolver uma postura inclinada (postura do esquiador) e uma caminhada lenta (marcha parkinsoniana), arrastada. Eventualmente eles também podem perder sua capacidade de iniciar e se manter em movimento (festinação). Depois de vários anos, podem experimentar a acinesia (ausência de movimento), ou “congelamento” e perder totalmente os movimentos do corpo.
- Alteração postural: devido a perda de equilíbrio e coordenação, uma pessoa com instabilidade postural pode ter uma posição inclinada, com a cabeça inclinada e ombros caídos (postura do esquiador). Eles podem desenvolver um encurvamento para a frente ou para trás e podem ter quedas que causam ferimentos. Pessoas com um encurvamento para trás têm uma tendência a “retropulsão”, ou andar para trás.
Regiões comumente mais comprometidas
Outros sinais e sintomas
A pesar dos sinais clássicos (patognomônicos) das síndromes parkinsonianas, presentes tanto na doença quanto no parkinsonismo, o paciente também podem apresentar outros sinais e sintomas, com maior intensidade ou menor intensidade. Dentre eles, destacam-se:
- Micrografia
- Demência
- Congelamento
- Festinação
- Tremor de cabeça
- Passos curtos e arrastados
- Problemas de sono
- Problema para urinar
- Constipação
- Dermatite seborreica
- Escamação
- Perda ou diminuição de olfato
- Alucinações, delírios e paranóias