Vamos entender como se dá o processo inflamatório?
Para que seja iniciada uma resposta inflamatória ou a inflamação propriamente dita, é preciso um estímulo que seja capaz de afetar a homeostase do organismo, provocando o .
Desta forma, esses estímulos podem ser, por exemplo:
-> infecções;
-> agentes químicos;
-> radiação;
-> doenças autoimunes;
-> traumas;
-> necrose e;
-> isquemia.
Em suma, as inflamações são mediadas por fatores químicos que participam aumentando a resposta inflamatória e que se iniciam assim que se instala o processo inflamatório. Desta forma, a inflamação pode ser celular ou vascular.
Ocorrência do processo inflamatório:
Para que ocorra o processo inflamatório é necessário uma etapa conhecida como marginação leucocitária. Para esclarecer, essa etapa consiste na atração de leucócitos para o local inflamado por meio de mediadores quimiotáticos que são liberados pela lesão.
A princípio há migração de neutrófilos que aderem a parede endotelial, através de moléculas de adesão e realizam a diapedese (saída do meio intravascular para o extravascular).
Para facilitar o entendimento vamos, conhecer as etapas do processo inflamatório:
Em primeiro lugar, temos a fase irritativa, onde ocorrem modificações morfofuncionais nos tecidos e células que sofreram injúria. Essas modificações promovem a liberação de mediadores químicos que são responsáveis pelas próximas etapas da inflamação;
Posteriormente, temos a fase vascular, que cursa com aumento da permeabilidade vascular e alterações hemodinâmicas da circulação sistêmica;
Na sequência, a fase exsudativa, que é formada pelos exsudados celulares e plasmáticos (líquido) que se originam devido à permeabilidade vascular estar alta;
Dando continuidade, temos a fase degenerativa-necrótica, que pode ser formada por células que se derivaram das modificações funcionais e anatômicas, resultantes das fases anteriores, ou das células que se derivam da ação direta da injúria;
E para concluir, a fase produtiva-reparativa, que corresponde, desta forma, a fase que dá início a recuperação tecidual.
Mas você conhece os mediadores que participam desse processo?
Anote aí!!!
Para que ocorram todas as fases e processos descritos anteriormente, é necessária a participação dos mediadores inflamatórios, sendo os principais mediadores, por exemplo:
- Quimiocinas-citocinas
- Óxido Nítrico
- Alguns fragmentos do sistema complemento
- Enzimas proteolíticas: elastases, colagenases e proteinases que são responsáveis por degradar a matriz extracelular
- Aminas vasoativas: Bradicinina e histamina
As citocinas são proteínas capazes de mediar as respostas celulares, ativando células, inibindo, fazendo com que elas cresçam e até mesmo se diferenciam. Elas são produzidas por células como por exemplo linfócitos, macrófagos e monócitos.
Sua vantagem é que um receptor celular é capaz de reconhecer diversas citocinas, fazendo com que elas causem diferentes efeitos em cada célula. Além de citocinas, há os eventos vasculares que caracterizam a inflamação.
Na mesma linha do que dito anteriormente, a lesão vascular é uma das primeiras etapas que surgem após uma injúria. Há exsudação de fluidos e proteínas plasmáticas, principalmente da diapedese de neutrófilos. Antes do exsudato, há a passagem do transudado que consiste em eletrólitos e pequenas moléculas da circulação.
O processo inflamatório é dividido em: agudo e crônico
Inflamação aguda:
Inicia-se com alteração do calibre vascular que altera o fluxo sanguíneo. Em seguida, há aumento da permeabilidade vascular para que ocorra a passagem de leucócitos para o local desejado e haja eliminação do agente causador dos danos.
Essa inflamação pode resultar em eliminação da fonte de lesão com todas as funções teciduais recuperadas. Porém, pode ocorrer a cicatrização por meio de fibrose (tecido conjuntivo), nesse caso há perda de função tecidual mas há eliminação do agente causador da inflamação.
Em casos nos quais não foi possível eliminar o agente agressor a inflamação migra para uma inflamação crônica.
Inflamação crônica:
Por outro lado, diferentemente das inflamações, há participação de linfócitos T auxiliares que permanecem liberando citocinas pró inflamatórias, o que faz com que os macrófagos sejam mantidos de forma estimulada e a inflamação continue.
Além disso, há participação da imunidade adquirida como macrófagos e fibroblastos, fazendo com que as chances de reparo tecidual total reduzam.
Você consegue identificar quando uma ferida/região está em processo de inflamatório?
E aí, ficou na dúvida?
Para poder identificar, é necessário conhecer as manifestações clínicas apresentadas pela inflamação, são elas, por exemplo:
- Rubor: há alteração no calibre da microcirculação por meio de uma vasodilatação. Assim, a histamina, liberada por mastócitos presentes no tecido conjuntivo dos vasos, aumenta a permeabilidade vascular;
- Calor: acontece quando o fluxo sanguíneo local aumenta e o metabolismo local também, fazendo com que a temperatura naquela região seja maior do que no resto do corpo. Além disso, os leucócitos, que antes se localizavam no centro dos vasos, migram para a periferia, trocando de lugar com as hemácias. Esse processo serve para que marginação leucocitária seja mais eficiente e rápida;
- Edema: quando há um desequilíbrio eletrolítico. A inflamação causa saída de íons e moléculas importantes e células sanguíneas;
- Dor: as terminações nervosas são estimuladas pela saída de elementos intravasculares;
Opa, antes de continuar, se liga nessa dica abaixo!!!
DICA IMPORTANTE: Esses quatro sinais e sintomas descritos são o que chamamos de sinais flogísticos ou patognomônicos do processo inflamatório, ou seja, eles estão presentes em todos o processos inflamatórios, tanto nos agudos quanto nos crônicos, variando apenas sua intensidade de manifestação.
- Tumor: originado pelo conteúdo intravascular que se localiza agora no meio extracelular;
- Perda de função: caso haja uma injúria grande demais para o reparo, ocorre a deposição de tecido fibroso no local, com isso as funções teciduais ou do órgão passam a ser comprometidas.
Dicas para estudo:
Link: https://proffelipebarros.com.br/mecanismos-de-adaptacao-celular/