Ficha de Avaliação Neurológica – Geral:

Paciente: …………………………………………………………………………………………..

Prontuário: ……………………………………………….. Tel: ……………………………..

Endereço: …………………………………………………………………………………………..

Idade: ……  Sexo: …… Etnia: ……………  Peso: ……..  Altura: ………………..

Naturalidade: ……………………..  Nacionalidade: ………………………………….

Medico: ……………………………………………………………………………………………..

Profissão/atividade: …………………………Data da avaliação: …………………..

Diagnostico clínico: Aquilo que foi constatado pelo médico (neurologista) durante avaliação clínica (nem sempre é correta e também por isso se deve avaliar o paciente).

Q.P.: O que o paciente relata ao terapeuta, com suas próprias palavras, para que o terapeuta consiga investigar e diagnosticar corretamente, possibilitando um melhor programa de tratamento.

H.D.A.: Contar apenas a história da doença atual que o paciente está apresentando, desde o “acidente”(como aconteceu, quando e onde foi que ocorreu, o que foi feito de imediato,…), internação (quando foi internado, onde ficou internado e por quanto tempo, o que foi feito durante a internação, se houve intercorrências no período de internação,…), ocorrências (algo que possa ter ocorrido com o paciente no período pós-internação até o dia atual da avaliação e que tenha relação com a doença ou com o quadro que o paciente esteja apresentando), contando sua história até o dia atual, falando sobre tratamentos prévios, mas sempre relacionado com a patologia atual e fatos ocorridos depois do seu aparecimento.

H.P.P.: Principais doenças que possam ter alguma relação com a patologia atual, além das DCI (doenças comuns da infância). As patologias citadas abaixo são mencionadas separadamente devida sua importância.

  • Diabetes: (sim/não, como controla?,…)
  • H.A.S.: (sim/não, como controla?,…)
  • Cardiopatia: (sim/não, qual?, a quanto tempo?, o que foi feito?,…)
  • Cirurgias anteriores: (sim/não, qual?, a quanto tempo?, o que foi feito?,…)

H.F.: Existem muitas doenças neurológicas que estão relacionadas diretamente com a família ou hereditariedade (Ex: algumas miopatias,…), por isso deve-se conhecer a história familiar do paciente em relação a patologia que se está investigando.

H.S.: Saber as condições de moradia do paciente, as dificuldades de acesso a essa moradia, os hábitos do paciente (se ele é tabagista ou etilista), as condições de higiene,…

T.T.O. Clinico: O que foi feito em relação a parte clínica desse paciente, medicamentos em uso, freqüência em que vai ao médico,…

Exame Físico:

Inspeção: Notar se o paciente apresenta assimetrias, hipotrofias/atrofias (lesão do neurônio motor inferior – 2º neurônio), deformidades, miofasciculações,…

Fácies: Observar a expressão fisionômica que o paciente assume em determinadas circunstâncias tem grande importância para o reconhecimento imediato da afecção em causa.

Exemplos:

  • Doença de Parkinson: inexpressividade e diminuição da mímica facial.
  • Paralisia facial periférica (PFP): assimetria de face, apagamento do sulco nasolabial e lagoftalmo.
  • Miastenia grave: ptose palpebral bilateral acompanhada de fraqueza dos músculos do globo ocular.
  • Distrofia miotônica: ptose palpebral incompleta bilateralmente, calvície precoce, atrofia dos músculos masseter e ECOM.
  • Paralisia supranuclear progressiva: (Parkinson pluss)   

Atitude: Observa-se a atitude do paciente (existem atitudes clássicas de algumas patologias. Ex: atitude de Wernick Mann – atitude do paciente hemiplégico clássico).

Observa-se as deformidades como pé cavo com dedos em martelo, cifoescoliose, pescoço curto,… além de doenças musculares, atrofias proximais, hiperlordose lombar, pseudo-hipertrofia de panturrilhas, o levantar miopático,… Todas essas são características que indicam algum tipo de patologia, e se bem observadas podem auxiliar em um bom diagnóstico. 

MARCHA:

Descrição: Deve-se descrever a marcha e saber se ela é típica ou atípica de alguma patologia neurológica.

Exemplos:

  • Marcha espástica:
    • Ceifante ou helicópede – O paciente anda “jogando”o membro inferior por inteiro, como uma “ceifadeira”;
    • Paretoespástica – Causada por uma paraparesia crural com fraqueza de MMII. É típica das mielopatias;
    • Tesoura – Devido a uma espasticidade de adutores da coxa.
  • Marcha atáxica:
    • Ataxia sensitiva ou radiculocordonal posterior ou talonante ou calcaneante – Ocorre a lesão do cordão posterior ocasionando déficit na propriocepção consciente. Dessa forma, o paciente anda batendo os pés no chão e olhando para se orientar melhor. O sinal de Romberg vai ser positivo;
    • Ataxia cerebelar ou ebriosa – Acomete o cerebelo, causando perda da coordenação e equilíbrio. O paciente anda como um bêbado;
    • Ataxia vestibular ou estrela – Característica de lesão vestibular (labirinto). Com os olhos fechados o paciente anda para frente caindo para o lado lesado do labirinto e para trás anda caindo para o lado bom;
  • Marchas das lesões periféricas:
  • Escavante ou Steppage – Quando ocorre perda da dorsi-flexão de tornozelo por lesão do nervo fibular, o paciente faz maior elevação de coxa com flexão de joelho na fase de balanço para jogar o pé para frente;
    • Marcha com apoio no joelho – Típica do paciente portador de poliomielite, apresentando fraqueza de quadríceps na sua fase excêntrica da marcha, fazendo com que o paciente segure no joelho durante a fase de apoio para impedir sua flexão e a queda;
    • Impossibilidade de ficar na ponta dos pés – Ocorre devido a lesão do nervo tibial impedindo planti-flexão do paciente.
  • Marcha das lesões extrapiramidais:
  • Parkinsoniana – Marcha em pequenos passos, com rigidez, em bloco, característica do paciente parkinsoniano (bradcinesia, rigidez, hipertonia plástica);
    • Coreica – Marchas com atitudes coreicas, (bizarras), involuntárias.
    • Dromedário – Marcha lenta, rígida, com o paciente “deformado”, como um dromedário.
  • Marcha das doenças musculares:
    • Anseriana – paciente anda rebolando (Miopatias). 
  • Outros tipos de marcha:
    • Histérica;
    • Arteroesclerótica – Típica de paciente que sofreu múltiplos infartos, com várias seqüelas diferentes.

Além dos tipos de marcha, devemos qualifica-las como:

  • Terapêutica (só desenvolve na clínica);
    • Domiciliar (só desenvolve em casa);
    • Comunitária (anda dentro do bairro – perto);
    • Extra-comunitária (Sai do bairro, vai longe, pega ônibus,…).

Devemos especificar se a marcha acontece com ou sem supervisão e quais os utensílios que o paciente utiliza para desenvolver sua marcha:

  • Cadeira de rodas;
    • Bengala;
    • Muletas;
    • Órteses;
    • Andador.

Equilibrio: 

            Na fase  de testes de equilíbrio, testa-se apenas o equilíbrio estático através do sinal de Romberg (pés paralelos, mãos coladas ao corpo e olhos fechados) testando cordão posterior e vestíbulo.

            O equilíbrio dinâmico é observado através da análise de marcha.

            O sinal de Romberg pode dar as seguintes respostas:

  • Resposta normal (paciente mantém-se equilibrado);
    • Romberg clássico (paciente cai para qualquer lado, por lesão cordonal posterior. É um sinal de ataxia sensitiva);
    • Romberg vestibular (paciente cai sempre para o mesmo lado – lado da lesão – por lesão vestibular);
    • Romberg histérico (paciente cai para qualquer lado, sem nenhum sentido).

O sinal de Romberg, testa cordão posterior e integridade vestibular (labirinto) e só começa depois que o paciente fecha os olhos.

Movimentos Involuntários:

            Paciente só vai apresentar movimentos involuntários na síndrome extra-piramidal, com algumas exceções, como: espasmos faciais e tremores de ação. 

  1. Movimentos coreicos – Movimentos involuntários, parecendo ser um fragmento de movimento propositado, ocorrendo de forma rápida, irregular e bizarra.
  2. Movimentos Atetósicos – caracterizado por atitude contínua, lenta, reptante, em uma ou mais partes do corpo. Ocorre principalmente em extremidades (não fixo). É constituído por movimentos contínuos, incontroláveis de contorção. Um movimento espontâneo se funde com o próximo criando movimentação constante sinuosa e sem propósito.
  3. Balismo – é um movimento involuntário violento dos músculos proximais que resulta em arremesso das extremidades. O balismo é causado por uma discreta lesão no núcleo subtalâmico contralateral ao lado afetado.
  4. Distonia – as formas de instalação da distonia, na idade adulta, se apresenta de forma muito diferente. A forma mais comum é o torcicolo espasmódico, caracterizado por movimentos involuntários bizarros da cabeça e do pescoço. Outras formas envolvem movimentos involuntários da musculatura orofacial, que podem ser expressados por fechamento forçado das pálpebras, protrusão forçada da língua, ranger involuntário dos dentes ou mesmo espasmos das cordas vocais.

A forma mais extrema da distonia é a Distonia de Torção Idiopática (DTI), sendo um tipo grave de atetose, onde as articulações são forçadas a uma posição trancada, por um longo período, pela contração extrema de grupos musculares antagônicos.

  • Mioclonias – movimentos rápidos, abruptos, focal ou generalizado.
  • Espasmos faciais – são os tipos de distonia que provocam movimentos involuntários na musculatura orofacial, provocando fechamento forçado das pálpebras, protrusão forçada da língua, ranger involuntário dos dentes ou mesmo espasmos das cordas vocais.
  • Tremores de repouso, de ação e outros – são tipos de tremores que ocorrem podendo ou não ser doença de Parkinson. Exemplo:
    • Tremor de repouso – Parkinson;
    • Tremor de intensão – é um tremor cerebelar. Quando o paciente está se aproximando do alvo, ele treme;
    • Tremor essencial benigno – é geralmente familiar (hereditário), sem nenhum sinal de parkinsonismo. Geralmente melhora com o álcool.
    • Tremor essencial tireoidiano – ocorre por disfunção da glândula tireóide.
  • Tiques -São um tipo de comportamento compulsivo incontrolável. Como os movimentos da Coréia, os tiques são rápidos fragmentos de movimento proposicional. Diferem da Coréia por serem repetidos indefinidamente, de um modo estereotipado. Enquanto a Coréia é constituída por muitos atos diferentes intercalados aleatoriamente, os tiques são, quase sempre, repetições do mesmo movimento.
  • Discinesias tardias – movimentos involuntários que aparecem tardiamente por uso de medicamentos (drogas). Ex.: Discinesias tardias da doença de Parkinson.

Atitude de movimento: (ativo)

  • Observar movimentação espontânea do paciente;
  • Pedir para o paciente executar movimentos padronizados;
  • Pedir para o paciente realizar movimentos funcionais.

Deve-se observar as simetrias, limitações, velocidade de movimento, amplitude de movimento, comparar as partes distais com as proximais e um dimídio com outro, verificar se são alterações segmentares ou sistêmicas,…

Força Muscular (bibliografia: “Daniels”)

  • Observar simetria;
    • Observar acometimento proximal ou distal;
    • Observar membros mais acometidos;
    • Observar se a força é suficiente para realizar função;
    • Observar nível neurológico (em alguns casos – TRM);
    • Mensurar corretamente a força muscular (usar escalas).

É feito o teste de ruptura muscular, testando força proximal, intermediária e distal. Deve-se colocar o paciente em posição correta e graduar corretamente a força.

Mensuração de força muscular:

  • Grau zero – ausência de contração;
    • Grau 1 – contração sem completar o arco;
    • Grau 2 – contração sem vencer a gravidade;
    • Grau 3 – vence a gravidade;
    • Grau 4 – vence a gravidade e baixa resistência;
    • Grau 5 – normal.

Manobras Deficitárias:

  • Mingazzini – Paciente deitado em supino, com tríplice flexão de MMII, sustentado à 90º. Observa-se fraqueza muscular e se ocorre proximalmente, intermediariamente ou distalmente;
    • Braços extendidos – Paciente extende os braços à 90º e sustenta;
    • Barré – Paciente deitado em prono com joelhos à 90º e pernas para cima.

As manobras deficitárias vão avaliar fraqueza muscular proximal, intermediária ou distal e simetria.

Tônus Muscular:

            Pelo tônus muscular pode-se saber se a doença é piramidal (neurônio motor superior), extrapiramidal ou periférico (neuropatia).

  • Piramidal – espasticidade, hipertonia elástica (sinal do canivete);
    • Extrapiramidal – rigidez, hipertonia plástica (sinal da roda denteada);
    • Periférica – atrofia e distonia.

Deve-se avaliar o segmento como um todo e também segmentado.

Importância na avaliação do tônus:

  • Velocidade da manobra (alta velocidade);

Espasticidade = velocidade independente.

  • Posição do paciente (deitado, sentado e em pé);
    • Formas de avaliação (inspeção, palpação,…);
    • Graduação do tônus muscular (escalas de ASWORTH e ASWORTH modificada);
    • Seletividade dos grupamentos musculares a serem avaliados, dependendo da patologia.

Formas de avaliação:

  • Inspeção (não é fidedigno);
    • Palpação (não é fidedigno);
    • Percussão (somente em casos de miotonias – distrofia miotônica – quando o paciente contrai e demora a relaxar);
    • Manobras de rolamento ou balanceio;
    • Manobras do pêndulo (paciente sentado com as pernas pendulando, terapeuta impulsiona as pernas que devem pendular);
    • Avaliação dinâmica do tônus (observa-se o sinergismo durante o movimento ativo funcional);
    • Posturas (ex: manobra de Vincent – paciente abduz os braços com os cotovelos estendidos e mãos espalmadas para cima. No caso de “hemiplegia” a espasticidade de peitorais e bíceps braquial vão impedir a manobra);
    • Mobilização passiva (é o teste clássico, fidedigno e mais importante para avaliação do tônus muscular);

A mobilização passiva vai indicar e diferenciar as alterações do tônus muscular, auxiliando a diagnosticar corretamente o paciente.

Os movimentos devem ser rápidos e coordenados.

Espasticidade – hipertonia elástica – sinal do canivete – piramidal;

Rigidez – hipertonia plástica – sinal da roda denteada – extrapiramidal;

Coordenação:

            Observar a simetria dos movimentos, normalidade, tremor de intensão, dismetria, movimentos segmentados,…

Testes de coordenação:

  • Index – nariz (olhos fechados);
    • Index – dedo do terapeuta (olhando);
    • Index – Index (olhos fechados);
    • Calcanhar – joelho;
    • Calcanhar – joelho – crista da tíbia;
    • Manobras do rechaço (paciente deve frear o movimento quando o terapeuta tira a resistência rapidamente);
    • Manobra de movimentos alternados (testa a disdiadococinesia );
    • Prova da escrita (observar micrografia característica do Parkinsonismo, macrografia característica do cerebelopata,…);
    • Prova Gráfica (pede para o paciente ligar pontos desenhados)
    • Prova de cinergismo de tronco (levantar o tronco com as mãos cruzadas sobre os ombros, partindo da posição deitado em supino, recrutando abdominais);
    • Prova da fala (fala escandida,disartria,…)
    • Prova da marcha (andar com um pé na frente do outro,fazer circuitos,…)

Reflexos:

            Os reflexos profundos (tendinosos)são de fundamental importância para avaliar quanto a lesão do neurônio motor superior ou do neurônio motor inferior.

SNC – Reflexos tendinosos exacerbados (hiperativos)

SNP – Reflexos tendinisos abolidos ou hipoativos.

            Além disso,deve-se avaliar a simetria entre os dimídios,os locais acometidos,o nível neurológico (casos de TRM),…

Reflexos profundos (miotátco):

  • Biciptal (C5 e C6);
    • Triciptal  (C6, C7, C8);
    • Estilo radial (C5, C6);
    • Patelar ( L2-L4);
    • Aquileu (L5-S2);
    • Peitoral;
    • Hofmann (C7,C8, T1) (patognomônico de síndrome piramidal)

Reflexos superficiais:

  • Cutâneo plantar (Babinski – patognomônico de síndrome piramidal)(L5-S2)
    • Cutâneo Abdominal (ausente na síndrome piramidal) (T6-T12)
    • Cremasteriano (L1,L2)
    • Anal (S4 e S5)
    • Palmo mentoniano

Sucedaneos do Babinski:

Sinal de Gordon (compressão da panturrilha)

Sinal de Schaefer (compressão do tendão calcaneano/aquileu)

Sinal de Austregésilo-Esposel (compressão da musculatura anterior        da coxa)

 Sinal de Oppenheim (Atritamento sobre a crista da tíbia)

Reflexos Mucosos:

  • Corneano
    • Velo palatino

Reflexos Axiais da face:

  • Orbicular das pálpebras
    • Orbicular dos lábios
    • Mandibular (percussão do mento, com interposição do dedo do examinador, estando o paciente com a boca entreaberta. A resposta se traduz por elevação da mandíbula pela contração dos músculos masseteres)

Interpretações:

Abolido (sistema nervoso periférico ou ponta anterior da medula)

Presente mas diminuído = hiporreflexia

Normal

Vivo

Exaltado = hiperreflexia

Sensibilidade:

Subjetiva – É o que o paciente relata.Ex: formigamento,…

Objetiva – Devemos avaliar a sensibilidade associando aos dermátomos que estamos testando. Como resposta pode-se encontrar: sensibilidade normal, hipoestesia (tátil, térmica ou dolorosa), hiperestesia (tátil, térmica ou dolorosa) ou disestesia (sente o estímulo mas não identifica corretamente).

Sensibilidade superficial ou exteroceptiva:

            As vias da sensibilidade superficial cruzam na medula.

  • Tátil (via espinotalâmica anterior) – tato protopático;
    • Térmica (via espinotalâmica lateral);
    • Dolorosa (via espinotalâmica lateral) – epicrítica.

OBS.: Dor epicrítica é uma dor localizada (via espinotalâmica lateral), sendo diferente de dor protopática, que é uma dor espalhada (via paleoespinotalâmica).

  • Dor epicrítica diferente de tato epicrítico.
  • Sensibilidade Profunda:
  • Cinético Postural – Avalia a propriocepção do paciente, testando a cinestesia (sentido de direção do movimento) e artrestesia (sentido de posicionamento segmentar);
    • Palestésica (vibratória) – avalia a integridade do cordão posterior. O teste é feito em extremidades ósseas. Pode apresentar como respostas: normal, hipopalestesia ou apalestesia.
  • Sensibilidade combinada:

            Deve ser avaliada principalmente quando houver lesão do lobo parietal, pois é a área responsável pela identificação do tato epicrítico

  • Estereognosia (reconhecimento de objetos pelo tato) – via cordonal posterior;
    • Grafoestesia (reconhecimento da grafia pelo tato);
    • Discriminação de dois pontos (o terapeuta vai diminuindo a distância entre dois pontos de contato e o paciente deve distinguir);
    • Duplo estímulo (estímulos em segmentos diferentes ao mesmo tempo).

Sistema Neurovegetativo:

            Observar se o paciente apresenta sudorese, se tem controle esfincteriano, anidrose (não sua em alguma parte do corpo), coloração e brilho da pele, alteração da piloereção,…

            São referentes ao SNA.

Estado mental:

  • Estado de consciência (sonolência, lucidez, coma, orientação,…);
    • Atitude e comportamento geral (aparência, modo de vestir,…);
    • Conhecimentos gerais (capacidade intelectual);
    • Estado emocional (apatia, depressão, ansiedade);
    • Atenção (memória recente e antiga, raciocínio,…);
    • Afetividade (irritabilidade, mórea, euforia, labilidade emocional, atos obcenos,…).

Fala e linguagem:

  • Distúrbios da fala: disartria e/ou disfonias;
    • Distúrbios da linguagem: afasias (expressão, motora ou broca; precepção, sensorial ou de Wernick; total ou mista; outros tipos).

Nervos cranianos:

I par craniano (olfatório) –  O sinal clínico mais importante é a anosmia unilateral, que pode ser sinal precoce de abscesso ou tumor no lobo frontal.

            Os melhores estímulos olfatórios são o salicilato de metila e óleo de cravo. Ambos são líquidos aromáticos incolores com odor agradável e não irritante.

            O exame é feito ocluindo uma narina enquanto na outra é colocado um algodão saturado de salicilato de metila ou óleo de cravo. O paciente aspira e deve identificar o odor como hortelã. O teste é repetido para outra narina.

II par craniano (óptico) – deve-se observar os sinais de edema de papila e os padrões de perda de campos visuais.

            O papiledema pode ser detectado apenas pelo exame fundoscópico com um oftalmoscópio.

            No exame dos distúrbios de campo visual, o terapeuta se coloca em frente ao paciente e pede para que ele tampe um dos olhos enquanto o terapeuta também tampa um dos seus, e o paciente vai olhar fixamente para o nariz do terapeuta. O terapeuta então vai colocar a mão em vários quadrantes do campo visual do paciente e estender dedos, pedindo que o paciente identifique.

Nervos da motilidade ocular (III Oculomotor, IV Troclear e VI Abducente) – os nervos da motilidade ocular podem ser testados independentemente fazendo o paciente olhar para os lados 25 a 30 graus. O componente parassimpático do nervo oculomotor fazendo-se incidir luz em um olho enquanto se observam as duas pupilas, que devem se contrair simultaneamente (reflexo consensual à luz).

            Se o reflexo consensual à luz estiver fraco ou ausente em um dos olhos, fazer a luz incidir diretamente de um olho para outro faz com que a pupila que não reage (contraída devido ao reflexo consensual à luz) se dilate paradoxalmente. Esse sinal é chamado de pupila de Marcus Gunn.

III par craniano (Oculomotor) – Reto medial, reto superior, reto inferior e esfíncter da pupila. Sua lesão causa estrabismo divergente e pitose palpebral.

IV par craniano (troclear) – oblíquo superior. Sua lesão causa estrabismo convergente.

VI par craniano (Abducente) – reto lateral. Sua lesão impede a abdução do olho.

V par craniano (Trigêmeo) – A porção sensitiva do nervo trigêmeo é testada tocando a pele da face do paciente com um algodão e com a superfície fria do diapasão, testando as três divisões (ramos) do trigêmeo (raiz oftálmica, raiz maxilar e raiz mandibular) e os dermátomos separadamente.

            O componente motor do trigêmeo pode ser testado solicitando isometria do músculo masseter (morder). Quando há paralisia ela pode ser vista e a flacidez pode ser palpada.

            O reflexo corneano deve ser testado, encostando um pedaço de algodão na córnea, pois o trigêmeo é o responsável por conduzir o sinal aferente ao cérebro enquanto o facial conduz o sinal eferente.

VII par craniano (Facial) – O componente motor do facial inerva os músculos da mímica da face, que são testados solicitando a mímica aos pacientes, além do orbicular do olho, que é testado na resposta do reflexo corneano.

            Os componentes parassimpáticos do facial afetam a   salivação e o lacrimejamento.

VIII par craniano (vestíbulo coclear) – O sistema auditivo é testado para determinar se a audição é aproximadamente normal, e, caso não seja, diferenciar entre as perdas auditivas de condução e neurosensoriais. Esfregar os dedos sobre o meato acústico externo, é comumente feito para determinar se a audição está presente.

O sistema vestibular de modo geral não é testado especificamente.

IX e X pares cranianos (glossofaríngeo e vago) – O complexo sensorial dos nervos cranianos IX e X suprem o interior da faringe. Podem ser testados evocando o reflexo do vômito, o que é feito simplesmente com um depressor de língua colocado na parte posterior da faringe. Cada lado é testado independentemente.

            Enquanto evoca-se o reflexo do vômito, observa-se a úlvula e a faringe buscando assimetrias. A qualidade da voz deve ser observada para sinais de estridência ou rouquidão.

XI par craniano (acessório) – o nervo acessório inerva os músculos trapézio e Ecom e pode ser testado verificando a força geral desses músculos. Deve-se observar também a assimetria dos dois músculos.

XII par craniano (hipoglosso) – o nervo hipoglosso inerva os músculos intrínsecos da língua e é testado observando-se a língua a procura de sinais de atrofia, fasciculações e desvios quando o paciente estende a língua para fora na linha média.

Sistemas Acometidos:

  • Motor:
  • Sensorial:
  • Visão:
  • Comunicação:
  • Cognição:
  • Afetivo/comportamental:

Mobilidade no Leito:

            Avaliar a qualidade de mobilidade no leito que o paciente apresenta, se consegue mudar de decúbitos sozinho, se consegue assumir outras posições sozinho,…

  • DD > DLD:
  • DD > DLE:
  • DD > DV:
  • DD > Sentado:
  • Sentado > De pé:

AVDs:

            Observar a independência do paciente em relação as AVDs e a qualidade com que as realiza.

  • Alimentação:
  • Vestuário:
  • Higiene oral:
  • Higiene genital:
  • Banho:

Transferências:

            Avaliar as transferências que o paciente é capaz de realizar e como as realiza.

  • Cama > CR:
  • CR > Carro:
  • CR > Vaso sanitário:
  • CR > Chão:

Locomoção:

            Observar como o paciente se locomove, se usa órteses ou cadeira de rodas, se precisa de acompanhante ou não, se anda de ônibus ou de carro, se dirige,…

Subir e Descer Escadas:

            Avaliar a capacidade do paciente em subir e descer escadas, como ele realiza (se realiza), se usa compensações, se precisa de auxílio,…

Progressões em Prono e Supino:

            Observar as capacidades de progressão do paciente, avaliando principalmente se ele consegue sair do chão /sentar/levantar e como realiza.

Exames Complementares;

            Análise dos exames complementares: TC, Ressonância Nuclear Magnética, Eletroneuromiografia, Radiografias, Exames laboratoriais,…

Deficiências e Incapacidades:

            Testar as deficiências e incapacidades que o paciente apresenta, afim de programar um tratamento fisioterápico em cima desses achados.

Deficiência: Ex.: espasticidade,…

Incapacidades: Ex.: levar um copo a boca,…

Sinais Vitais:

  • Pressão arterial;
    • Freqüência cardíaca;
    • Freqüência respiratória;
    • Temperatura (avaliada no paciente no leito).