IMUNIZAÇÃO: VACINAS
A vacinação corresponde ao processo de imunização do tipo ativo e artificial. As vacinas são produzidas de cinco formas diferentes, sendo elas:
-> Primeiramente , as que utilizam o antígeno inativado;
-> Posteriormente, temos as que utilizam o antígeno atenuado;
-> Na sequência, as toxóides;
-> Temos ainda as denominadas ou classificadas como recombinantes;
-> E, para fechar nossa lista, as classificadas como conjugadas.
Vamos conhecer as características de cada um dos tipos de imunização então:
- Vacina que utiliza antígeno inativado: possui a via de linfócitos TCD4 + com produção de IgM (fase aguda) e IgG; Nessa técnica o agente não possui capacidade de multiplicação por isso não há infecção pela patogenicidade.
São elas: Hepatite A, VIP, antirrábica e anti-influenza.
- As que atuam com os antígenos atenuados: Utiliza a via LTCD8 + e é capaz de produzir células de memória; Esse método permite a multiplicação do agente. Apresenta risco de reversão para a patogenicidade.
São as: BCG, SCRV, VOP, rotavírus e febre amarela.
- A Toxóide: é feita por meio de toxinas e utiliza a via TCD4 + com produção de IgG e sem a produção de células de memória. Geralmente, essa vacina é realizada em diversas doses e necessita de reforço a cada 10 anos.
São as: Vacina CT (diftérica e tetânica) mais o adjuvante.
- A vacina conhecida como recombinante: o agente não possui capacidade de multiplicação. Essa técnica utiliza a via LTCD4 + e produz IgM e IgG.
São as: Hepatite B e HPV;
- E para concluir, o denominado conjugado: é uma conjunção com proteínas que utiliza a via LTCD8 +.
São elas: pneumocóccica 10 valente e meningocóccia C.
Vamos conhecer cada tipo de imunização, ou seja, as vacinas, de forma mais aprofundada?
Imunização por vacina
Antígeno inativado:
Nessa técnica o agente etiológico é “morto” com a utilização do formol. Dessa forma, eles são incapazes de realizar a sua multiplicação e por isso não causam os danos da doença.
Além disso, não há risco de transmissão de pessoa para pessoa. Porém, é necessário repetir as doses ao longo da vida. Essas vacinas induzem resposta imune humoral com IgG e células B de memória.
Conforme as células presentadoras de antígenos apresentam proteínas para os linfócitos TCD4 +, os linfócitos B são ativados e produzem anticorpos IgG.
Quando acontece do linfócito B reconhecer moléculas não proteicas ele produz IgM. Ainda, os linfócitos B podem apresentar os antígenos proteicos e apresentam ao linfócito TCD4 + que, quando ativados, irão produzir anticorpos IgG também.
Antígenos atenuados:
Atenuado é sinônimo de enfraquecimento, ou seja, são microorganismos vivos que foram enfraquecidos. Assim, o organismo reconhece como um agente estranho e desencadeia uma leve inflamação com estímulo do sistema imune.
Por estar ativo, esses antígenos conseguem se multiplicar dentro das células e se manter nas células. Para que isso aconteça é necessário as células apresentadoras de antígenos apresentem o antígeno ao linfócito TCD8 +, pela via MHC I, para que seja produzido as células de memória.
Essa vacina apresenta, geralmente, apenas uma dose e sua proteção é duradoura. Há utilização da resposta imune humoral e a celular, contando ainda com a imunidade de rebanho (será explicada adiante).
Toxóide:
É uma toxina produzida pelo microrganismo de forma inativada e incapaz de desencadear a doença. O fato ruim desse método é que sua imunização é de curto prazo e necessita de várias doses e reforços ao longo dos anos.
Se for um composto proteico, as APCs (células apresentadoras de antígenos) apresentam para o linfócito 4 + para que ele ative o linfócito B e, consequentemente, haja a produção de IgG. Como a toxina não é reproduzida no citoplasma das células apresentadoras de antígenos, ela não é apresentada para o linfócito TCD8 + e por isso não há produção das células de memória.
Antígeno recombinante:
É utilizada a técnica de DNA recombinante e utiliza-se fragmentos do agente, como por exemplo a vacina de Hepatite B que utiliza uma proteína do envelope viral onde se encontram as proteínas necessárias para o vírus conseguir infectar uma célula.
Depois disso, o gene viral responsável pela codificação dessa proteína de envelope é retirado e inserido em leveduras que, a partir daí, irão produzir essa proteína. Assim, a proteína é isolada e utilizada na vacina.
Essa proteína é incapaz de causar a doença, porém eficiente em ativar a resposta imunológica do organismo. Dessa forma, TCD4 + é ativado e passa a ativar o linfócito B para produzir IgG.
Como essa técnica não utiliza a resposta imune celular, apenas a humoral, não há produção de células de memória e, com isso, há a necessidade de múltiplas doses e uso de adjuvante.
Antígeno conjugado:
Método que utiliza a junção de dois produtos, um imunologicamente potente e um menos potente. Assim, o menos potente irá adquirir grande capacidade imunológica e passam a ativar as células de defesa.
Por exemplo: envelope viral com apenas polissacarídeos – a ausência de proteínas faz com que o envelope seja incapaz de induzir a produção de IgG, pois não ativam os linfócitos TCD4 + que são necessários para ativar os linfócitos B.
Devido a isso, há a conjugação dos polissacarídeos com as proteínas.
Você sabe o que é a imunização de rebanho?
Acontece quando uma parcela da população vacinada induz proteção para a parcela não vacinada. Isso acontece porque há maior controle da circulação do agente patológico, devido à imunização concedida pela vacina.
O ideal é que toda a população seja vacinada e marquem uma taxa superior a 90% e que os 10% restantes sejam aqueles com comorbidades como imunossupressão, recém-nascidos, alérgicos ao composto da vacina.
É muito importante lembrar que quanto mais pessoas são vacinadas, maior será a proteção contra o agente infeccioso.
E aí, compreendeu o que é a
imunidade de rebanho?
Vamos conhecer outros tipos de imunização?
Imunização passiva natural:
Caracterizada pela passagem de anticorpos antígeno específico. Os anticorpos passam de uma pessoa imunizada para outra não imunizada, exemplo disso é a imunização entre mãe e filho.
Essa proteção é imediata mas não é duradoura, pois não há formação de células de defesa (por ser passiva não há estimulação do sistema imunológico). O IgG proveniente da mãe consegue atravessar a placenta (barreira hematoplacentária) e garantir a breve proteção do recém nascido.
Além disso, a amamentação promove a passagem do IgA (anticorpo de mucosas) através do leite materno.
Imunização passiva artificial:
Acontece quando há transferência de anticorpos, por via humana ou animal, após a exposição acidental ao antígeno sem que a pessoa possua anticorpos específicos. É utilizada soros e imunoglobulinas ou soros heterólogos.
O soro heterólogo é caracterizado por ser hiperimune ou antitoxina. É produzido por meio da injeção de um antígeno específico na corrente sanguínea de uma animal é feita a retirada dos anticorpos produzidos.
Os principais exemplos de soro são: antirrábito, antidiftérico, antiveneno de animais peçonhentos e soro antitetânico.
Imunização ativa natural: quando há contato do indivíduo com o patógeno sem que seja levado a óbito. Na maioria dos casos, há sequelas das doenças, por isso é importante o uso da imunidade ativa artificial.
Imunização ativa artificial:
É adquirida por meio da vacinação. Sendo elas produzidas por mecanismos diferentes como citados no primeiro parágrafo do texto.