Introdução
Quando pensamos em exercício, a primeira coisa que devemos levar em consideração é que o mesmo, para que seja realizado, demanda gasto energético por parte do indivíduo praticante. O gasto energético durante uma atividade física ou exercício pode variar devido aos fatores determinantes e condicionantes do exercício, tais como posição, força, atrito, resistência, dentre outros componentes estudados pela cinética de cada movimento.
Observando o que acabamos de afirmar no parágrafo anterior, podemos quebrar o primeiro grande erro conceitual de alguns autores quanto a classificação dos exercícios, os quais consideram a classificação de exercício passivo. O que seria um exercício passivo então, citado por alguns autores durante um processo de reabilitação (fase inicial onde o paciente apresenta grau de força muscular insuficiente para realizar um movimento)?
Na verdade, o termo exercício passivo é, as vezes, utilizado para descrever técnicas de mobilização passiva, tanto artrocinemáticas quanto osteocinemáticas. Desta forma, não podemos confundir mobilização com exercício, pois a mobilização é realizada por outra pessoa ou por um grupo muscular diferente da mesma pessoa, não sendo trabalhada de forma ativa a musculatura responsável pelo movimento esperado.
Classificação dos exercícios
Os exercícios podem ser realizados com diferentes objetivos, tanto no campo do treinamento quanto no da reabilitação, respeitando as individualidades de cada pessoa e suas expectativas na busca do exercício ou atividade. Desta forma, classificamos os exercícios em três grandes grupos ou modalidades, sendo:
- Exercício ativo livre: Os exercícios ativos livres são aqueles realizados pelo próprio indivíduo, sem auxílio de uma segunda pessoa ou até mesmo de outro segmento corporal, e onde a única resistência aplicada ao movimento é a ação da gravidade dobre o segmento ou corpo do indivíduo, independentemente de sua posição.
Como pode ser notado, no exercício acima que é um exercício de agachamento, a pesar de não se tratar de um exercício simples, trata-se de um exercício ativo livre por ser praticado pelo próprio indivíduo sem resistência externa. O exercício abaixo, onde ilustra um indivíduo realizando flexão de cotovelo para fortalecimento do bíceps braquial em barra fixa, a pesar de muito mais difícil, também é classificado como ativo livre pelas mesmas características.
- Exercício ativo assistido: Os exercícios ativos assistidos são aqueles em que, durante algum momento da realização do movimento, ocorre auxílio para a realização do mesmo, por uma segunda pessoa ou mesmo por outro segmento corporal. Os exercícios ativos assistidos são muito utilizados nos processos de reabilitação onde um determinado paciente possui grau de força muscular baixo insuficiente para vencer a força da gravidade ou para vencer baixas resistências e é, desta forma auxiliado por uma segunda pessoa, no caso da reabilitação, um fisioterapeuta.
Porém, é muito comum encontrarmos exercícios ativos assistidos em treinos de força com grandes cargas ou resistências para hipertrofia muscular. Porém, esse exercício seria um tipo um pouco diferente, considerado resistido assistido, onde um profissional de educação física auxilia o aluno a terminar um movimento com grande carga, a iniciar o movimento ou durante algum ângulo do movimento onde haja falha muscular. Esse movimento auxiliado é notado principalmente ao final da série ou nas últimas repetições de uma série de exercícios.
- Exercício ativo resistido: Os exercícios ativos resistidos são aqueles em que é imposta uma resistência externa ao indivíduo, independente da intensidade da resistência e dos objetivos do exercício.
Os exercícios podem ainda, além de sua classificação quanto a aplicação ou não de resistência e as possibilidades de assistência durante a execução dos mesmos, ainda serem realizados tanto em cadeia cinemática fechada, como ilustrado na imagem acima com fortalecimento de quadríceps e glúteo máximo no Hack, como também em cadeia cinemática aberta, como pede ser notado no exercício abaixo.
Desta forma, como podemos notar, a eleição de um exercício quanto a resistência aplicada, quanto ao número de repetições a ser realizada assim como quanto a cadeia cinemática a ser trabalhada sempre vai depender do objetivo do indivíduo que está trabalhando, devendo, desta forma, ser estabelecido um treinamento ou tratamento individualizado respeitando não só os objetivos, mas também as características pessoais intrínsecas assim como as indicações e contra indicações possíveis.