Imagem ilustrativa das infecções fúngicas

Vamos compreender primeiro como a defesa do organismo atua nos casos das infecções fúngicas?

Para esclarecer, antes de entrarmos nas infecções fúngicas, devemos saber que o sistema imune do organismo humano é composto por diversas barreiras que dificultam a passagem dos agentes nocivos. Portanto, os fungos encontram como primeira barreira as mucosas que, além de serem parte do sistema imune, são consideradas porta de entrada dos patógenos. 

Em conclusão, as mucosas possuem o MALT (tecido linfóide associado à mucosa), cada mucosa possui um tecido linfóide diferenciado. Eles podem ser: GALT (estômago), BALT (brônquios) e NALT (nasofaringe). 

Um dos tecidos linfóides mais acometidos pelos fungos é o BALT, você consegue caracterizá-lo e relacioná-lo com as infecções fúngicas?

Em suma, o sistema respiratório possui como epitélio o epitélio colunar ciliado, pseudoestratificado com células caliciformes, funcionando como barreira química e física. 

As barreiras físicas são os cílios que promovem, por meio de seus batimentos e elevação, a expulsão dos corpos estranhos que se encontram no sistema respiratório. A barreira química é o muco que dificulta a adesão dos patógenos ao epitélio desse sistema. 

As vias respiratórias inferiores contam com um epitélio que não produz muco e não possuem cílios. Portanto, na mesma linha, há a participação de macrófagos alveolares, conhecidos como M2, anti-inflamatórios e proteínas surfactantes A e D (responsáveis por neutralizar os vírus e eliminar patógenos).

O sistema imune é capaz de reconhecer os PAMPs (padrões moleculares associados a patógenos) dos fungos. 

Mas você conhece os padrões moleculares associados a patógenos e suas correlações com as infecções fúngicas?

Vamos lá:

Os PAMPs fúngicos são: 

-> Mananas;

-> Glucanas;

-> e Polissacarídeos. 

Como resultado, esses padrões moleculares são capazes de ativar a resposta celular do organismo, o sistema complemento e a resposta inflamatória. 

O processo de reconhecimento das glucanas inicia com o reconhecimento pelas células dendríticas que estimulam a diferenciação dos linfócitos Th17 e a migração linfocitária. 

Na mesma linha, haverá a fagocitose e a lise oxidativa por meio dos neutrófilos. A ativação dessas células faz com que elas liberem citocinas, como IFN-y que irá estimular a adesão, a migração e a fagocitose de macrófagos.

O IFN-y auxilia a resposta do Th1 e ainda potencializa as drogas antifúngicas. Todos esses processos culminam na formação de granulomas e supuração aguda, sendo elas uma resposta à hipersensibilidade tardia associada à resposta imune celular. 

A infecção aguda se não tratada pode desencadear uma inflamação crônica granulomatosa e, ainda, uma reação de hipersensibilidade IV tardia, causando danos drásticos nos pulmões.

Agora que você já conhece as ações de combate aos fungos e, consequentemente, as infecções fúngicas, vamos entender quem são esses patógenos

Em suma, os fungos são compostos por células eucariontes que possuem parede celular composta por quitina, um polissacarídeo, que confere a sua resistência. Existe um tipo de fungo, conhecido como leveduras, que são unicelulares. 

A membrana plasmática dos fungos é composta por ergosterol, um semelhante ao colesterol, que é, hoje, o alvo principal dos fármacos. 

De forma resumida, os fungos pluricelulares são filamentosos e são chamados de hifas. Quando há um conjunto de hifas eles recebem o nome de micélio. Na mesma linha, é possível notar em massas e outras matérias orgânicas o que chamamos de bolor, essa estrutura visível ao olho humano são os micélios. 

No entanto, os fungos que interessam à medicina são aqueles que mais causam danos e doenças, sendo conhecidos como fungos dimórficos. Esses fungos, portanto, quando em temperatura ambiente, possuem a forma de bolores e em temperatura corporal assumem a forma de levedura para facilitar na sua reprodução. 

Os principais fungos são, por exemplo: 

-> Em primeiro lugar temos os Paracoccidioides brasiliensis;

-> Na sequência, os Coccidioides immitis;

-> Ainda e, posteriormente, o Histoplasma capsulatum;

-> e, para concluir, os Blastomyces dermatitidis. 

As micoses são as mais comuns formas de infecção por fungos. Elas são infecções de epitélios, podendo ser superficial, cutânea ou subcutânea. Como são considerados patógenos oportunistas eles não causam doença para que sobrevivam, porém são capazes de evoluir para doenças, com intuito de gerar um ambiente melhor de vida.

Micose:

Manifestação clínica de infecção fúngica.

Conhecendo os fungos dimórficos:

  • Paracoccidioides brasiliensis: causa a paracoccidioidomicose. Uma infecção ocasionada pela inalação de estruturas fúngicas da vegetação, sendo essas estruturas infectantes e reativas em alguns focos preexistentes. Geralmente, esses fungos atacam o pulmão, seguido pela boca e pela pele;
  • Coccidioides immitis: fungos saprófitos de solo em áreas semi desérticas ou desérticas. Sua infecção se dá pela inalação dos artroconídios que são transportados pelas vias aéreas. 

A invasão acomete os pulmões no formato de esférulas com paredes grossas e com diversos endósporos globosos ou irregulares. Esse fungo é capaz de causar pneumonia aguda, erupções cutâneas, em alguns casos, como eritema multiforme nodoso.

  • Blastomyces dermatitidis: capazes de causar a Blastomicose Norte Americana. Esses fungos infectam por meio da inalação e na forma de micélio. São encontrados em solo enriquecido com excretas de animais, rico em matéria orgânica. 

Após a inalação, percorre até os pulmões. Ainda, na forma de leveduriforme unibrotante, migra para via hematogênica dentro dos monócitos até atingir os ossos e a pele.

  • Histoplasma capsulatum: são encontrados em solo rico com vegetais em decomposição e solo com dejetos de aves e morcegos.

Você sabe os danos causados pelos fungos do sistema respiratório?

Esses fungos são capazes de promover, por exemplo: 

->Primeiramente, a rinite fúngica (aspergilose);

-> Na sequência e na mesma linha, a sinusite fúngica (aspergilose);

-> Ainda a possibilidade de desenvolver a asma (aspergilose);

-> e , posteriormente porém não raro, as pneumonias (histoplasmose, paracoccidiodomicose, coccidioidomicose, blastomicose, pneumocistose, criptococose, aspergilose, peniciliose).

  • Bolores presentes no ambiente: Aspergillus spp. Penicilium;
  • Leveduras clássicas: Cryptococcus neoformans, Cryptococcus gattii , Candida albicans, Pneumocistis jirovecii;
  • Fungos dimórficos: Paracoccidioides brasiliensis, Coccidioides immitis, Histoplasma capsulatum e Blastomyces dermatitidis.

Conhecendo os bolores:

São eles, por exemplo: 

-> Em primeiro lugar, os Aspergillus fumigatus;

-> Em segundo lugar, a A. Flavus, A. Niger

-> Em tercveiro lugar, a A. Terreus, A. Nidulans;

-> e, na sequência, a A. Retrictus.

E você sabe como eles podem atuar em nosso organismo?

Ilustração de infecção fúngica e manifestação clínica

Esses fungos são responsáveis por causar as aspergiloses. Podem ser encontrados no ar, no solo, nas vegetações e em matérias orgânicas. É comum encontrar infecções que surgem em hospitais e laboratórios. 

Essas infecções afetam diretamente o pulmão, os ouvidos, o sistema nervoso central e os olhos. A aspergilose pulmonar possui o fungo localizado na superfície brônquica, o que causa bronquite. 

Os sinais e os sintomas comuns dessa doença são os processos pneumônicos parenquimatosos; os abscessos, a tuberculose ou os cistos, o que acaba por dar origem ao aspergiloma intracavitário. 

Desta forma, esses fungos, geralmente, estão associados à alergias se inalados na forma de esporos, o que causa uma resposta de hipersensibilidade mediada por IgE (tipo |) e leva a uma rinite, asma brônquica, alveolite e ,ainda, a pneumonite.

Dicas de leitura complementar:

Link https://proffelipebarros.com.br/hemograma-prof-felipe-barros/