Introdução ao estudo do linfoma não Hodgkin
O linfoma Não Hodgkin é um tipo de neoplasia linfonodal, que não apresenta as células de Reed-Sternberg, como o que ocorre no linfoma de Hodgkin. https://proffelipebarros.com.br/linfoma-de-hodgkink-prof-felipe-barros/
Além disso, ele atinge células TCD4+ e algumas vezes pode acometer o TCD8+.
Para esclarecer melhor, esse linfoma pode ter origem em todos os tecidos linfonodais. Acima de tudo, o maior problema desse tipo de linfoma, o que o caracteriza como mais grave que o de Hodgkin, é que ele consegue atingir outros órgãos linfóides além do linfonodo.
Enquanto isso, ao avaliarmos os linfomas não hodgkin, percebemos que os marcadores na imuno-histoquímica são:
-> CD10;
-> CD19 e;
-> CD20 positivos.
No entanto, o LNH pode apresentar diversas origens, sendo as mais comuns, por exemplo:
-> Viral (EBV, HTLV-1, HHV-8, HCV);
-> Genética;
-> Substâncias químicas;
-> Desordem imunológica;
->Inflamação e;
-> Radiação.
Para que o vírus influencie na formação de uma neoplasia ele necessita infectar o sistema linfonodal, o que resulta em uma intensa inflamação e cascata de citocinas que, posteriormente, resultam na desordem celular.
Vamos compreender a patogênese do linfoma não hodgkin?
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Os linfomas que acometem o linfócito B são capazes de estimular essas células que, por consequência, caminham em direção ao centro germinativo, induzindo as células virgem a sofrerem expansão clonal na zona escura do folículo germinativo, o que resulta em centroblastos.
Assim, irá ocorrer a hipermutação somática, contribuindo para a formação de imunoglobulinas.
Em condições normais, as células chegam a zona clara para assumir funções específicas e caso não atingirem o esperado elas sofrem apoptose.
Porém, com mutações erradas essas células podem não sofrer apoptose e passam a desencadear a neoplasia.
O grau de agressão desse tipo de linfoma depende diretamente dos genes mutados e sua quantidade de mutações.
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É comum encontrar pacientes com linfoadenopatia de forma assintomática. Além disso, há pacientes com disseminação sistêmica, disfunção gastrointestinal, alterações da pele, dos brônquios, da mucosa nasal e também modificações no palato.
-> Febre;
-> Sudorese noturna excessiva e;
-> Perda de peso intensa e descontrolada.
Seus exames mostram VHS e HDL alterados. Sensibilidade ao ingerir álcool. Hipercalcemia e microglobilinemia bem elevados.
Além disto, os exames laboratoriais indicam: anemia normocrômica e normocítica, além de uma leucocitose, eosinofilia e também uma trombocitopenia.
LINFOMA FOLICULAR
Esse tipo de linfoma é caracterizado por acometer células B (LNHCB) que se originam do centro germinativo (centrócitos e centroblastos).
Seu crescimento é indolente e quase em toda sua totalidade é considerado incurável.
Apresenta-se de forma nodal e também extranodal. Sua imunofenotipagem é muito importante para o fechamento do diagnóstico, sendo ela: CD19+, CD20+, CD10+ e CD5-.
As células tumorais encontradas nesse caso são pequenas, seu citoplasma é bem difícil de visualizar, devido à coloração quase transparente que ele apresenta.
É encontrado também uma cromatina nuclear lisa e sem nucléolo, e seu contorno nuclear é considerado irregular e angular. A lâmina histológica assume uma aparência de “grão de café”, devido a alta proporção de linfócitos que possuem uma profunda e estreita fenda.
LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B
É o tipo mais comum de linfomas não Hodgkins. Ele é do tipo células B maduras e pode acometer todas as regiões do linfonodo (difuso).
Em seu prognóstico mais complexo, tem-se os casos do acometimento de órgãos extranodais.
O linfoma difuso de grandes células B, apresentam uma translocação dos cromossomos 14 e 18, além de uma desordem de BCL-2 que reduz drasticamente a apoptose.
Seu aspecto histológico é difuso com células bem grandes e blásticas, sua cromatina é frouxa, os nucléolos evidentes e seu citoplasma é bem pálido.
Para finalizar esse tipo de neoplasia, é importante conhecer sua fenotipagem, sendo ela:
-> CD19 +;
-> CD20 + e;
-> CD10 + (marcador de célula B do centro germinativo).
LINFOMA DE BURKITT
Da mesma forma que as neoplasias de células B madura, se manifestam em sítios extranodais. Possuem forte associação com os vírus EBV e HIV.
Além disso, os linfomas de Burkitt são considerados linfomas agressivos e de prognóstico ruim em sua totalidade. Em suma, acometem os linfonodos da região mandibular e esporádico, porém, em contrapartida, para casos que são associados com a AIDS ele acomete o trato gastrointestinal.
Como resultado, as características histológicas são:
-> Proliferação de células linfóides médias e monomórficas;
-> Núcleos redondos;
-> Pequenos nucléolos;
-> Citoplasma basofílico e;
-> Numerosos microvacúolos.
Além disso, essas células possuem forte índice mitótico e diversos macrófagos com corpos tangíveis que se parecem estrelas.
LINFOMA NÃO HODGKIN DE CÉLULAS T E NK
Em suma, esses tipos de linfoma possuem derivação de células TCD4+ e não são considerados comuns devido a sua epidemiologia. Por outro lado, seu prognóstico é bem ruim e seu grau elevado de agressividade se dá através do vírus HTLV-1.
Para resumir o quadro clínico, o paciente pode apresentar micose fungóide, que consiste em úlceras cutâneas ou eritrodermia, caso apresente acometimento posterior de linfonodos e também do sangue.
Enquanto isso, histologicamente, é possível notar uma epiderme infiltrada e rica por linfócitos TCD4+ neoplásicos, microabscesos de Pautrier, linfócitos com núcleos cerebriformes e linfoadenopatia desmatopática.
Dicas de estudo complementar:
https://proffelipebarros.com.br/linfoma-de-hodgkink-prof-felipe-barros/
Posteriormente: https://proffelipebarros.com.br/sindrome-de-guillain-barre/