Introdução aos cistos dermóides
Cistos dermóides são lesões congênitas raras, que ocorrem principalmente na cavidade oral, podendo estar localizadas na linha média do soalho bucal ou em sua lateral.
Eles consistem no crescimento excessivo e anormal de um tecido, não maligno, em alguma região do corpo onde não seria esperado.
Esses cistos têm como característica possuir um crescimento lento e indolor. Dessa forma, muitos pacientes demoram para procurar atendimento médico, fazendo com que a lesão seja bastante volumosa no momento em que se dá o diagnóstico.
O cisto dermóide pode ocorrer em qualquer região do corpo e, geralmente, os que estão dentro do olho, chamados epibulbares, ou próximo ao olho, os denominados orbitários, apresentam pele, cabelo ou até mesmo gordura.
Vamos conhecer as principais características dos cistos dermóides então?
Quando pensamos em cistos dermóides, os mesmos podem ser classificados de acordo com suas localizações ou topografias, bem como também, de acordo com seus aspectos histopatológicos.
Assim, as principais classificações dos cistos dermóides são:
- Cisto epidermóide: corresponde aquele com parede limitada por epitélio escamoso estratificado e sem nenhuma estrutura anexa;
- Cisto dermóide: quando o mesmop é limitado por um epitélio escamoso estratificado com anexos dérmicos, como por exemplo, folículos pilosos e glândulas;
- Teratoma: quando sua cavidade é delimitada por um epitélio derivado do mesoderma e do endoderma, como, por exemplo, músculos, mucosas respiratórias, vasos sanguíneos e anexos dérmicos.
- Sublingual: é aquele que está localizado na linha média, abaixo da língua, entre os músculos geniohióideo e milohióideo.
ATENÇÃO: Esse subtipo pode fazer com que a língua se desloque para a região da orofaringe em casos de grande volume, o que corresponde a uma característica clínica importante e de grande relevância.
- Geniohióideo: quando é localizado na linha média da região submentual entre os músculos geniohióideo e a pele, podendo apresentar uma aparência de queixo duplo;
- E o cisto lateral: quando se localiza na região submandibular e aumenta seu tamanho em direção inferior do osso hióide ou comprime a parte superior do assoalho bucal forçando a língua para o lado oposto.
CISTOS DERMÓIDES – DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS:
Os cistos dermóides podem apresentar diversos tipos de diagnósticos diferenciais, ou seja, patologias que em algum momento de sua evolução clínica apresentem sinais e sintomas semelhantes e que podem gerar confusões de diagnóstico e, por isso, devemos prestar bastante atenção.
Dentre as principais patologias que se enquadram nos diagnósticos diferenciais, podemos destacar:
- Infecção ou celulite submandibular e também a sublingual;
- Rânula;
- Higroma cístico;
- Cisto branquial;
- Cisto do ducto tireoglosso;
- Neoplasia sublingual ou da glândula salivar menor;
- Massa gordurosa;
- Lipoma;
- Fibroma;
- Linfangioma;
- Tumor maligno;
- Hemangioma.
Alguns exames complementares podem ser solicitados e auxiliam bastante a conclusão diagnóstica, porém, devemos nos lembrar que a avaliação clínica sempre deve ser a primeira escolha.
Dentre os principais exames complementares utilizados para diagnóstico de cisto dermóide, podemos destacar:
-> ressonância magnética;
-> ultrassonografia
-> e tomografia computadorizada.
Esses exames permitem a visualização exata da lesão e sua localização em relação às estruturas anatômicas, além de auxiliar na escolha da técnica cirúrgica mais adequada para um determinado tipo de lesão.
Para o acesso, geralmente utiliza-se o acesso intra-oral na maioria dos casos. Contudo, devido a sua disposição anatômica, as lesões localizadas abaixo do músculo milo-hióideo precisam ser de acesso extra-oral.
Geralmente, o cisto dermóide é uma lesão de ótimo prognóstico, porém, é necessário o acompanhamento pós-operatório de no mínimo três anos, pois pode haver evolução do caso ou, até mesmo, a possibilidade de recorrências.
E quanto às técnicas de remoção cirúrgica, você já ouviu falar de alguma?
Vamos lá então!
Normalmente, para os cistos dermóides perilimbares, utiliza-se uma técnica na qual o cirurgião retira o dermóide da superfície da córnea ou da esclera.
Neste caso, os cuidados com a inserção das ferramentas são extremamente necessários, devido à sensibilidade da área.
Após seu início adequado, é realizada a cobertura da região do dermóide com um fragmento de córnea transplantado.
Uma possível complicação desse cisto é a perda da visão em casos em que o cisto deforma da córnea, causando astigmatismo e imagem borrada.
Além disso, esse subtipo de cisto pode estar ligado à síndrome Goldenhar, a qual acomete o nervo sebáceo linear e a lipomatose encéfalo crânio cutânea.
Já os cistos dermóides epibulbares posteriores, devido a sua disposição anatômica, geralmente ligados à conjuntiva e recobrindo o olho, podendo apresentar extensão para cavidade ocular, podem dificultar ou impedir a remoção total do cisto.
A excisão consiste em retirar a dermóide da conjuntiva sobreposta e a remoção da região anterior da massa.
A massa retirada deve ser então enviada ao patologista para que, desta forma, seja realizada a classificação tecidual.
Em sua maioria não causa a perda da visão e não são associados a nenhuma doença.
Dicas de estudo:
Link: https://proffelipebarros.com.br/tratamento-da-coluna-lombar/
Posteriormente: https://proffelipebarros.com.br/linfoma-nao-hodgkin/
Ainda: https://proffelipebarros.com.br/sindrome-de-guillain-barre/